quarta-feira, maio 09, 2007

Qualidade de Vida

Se você conversa com as pessoas e as questiona sobre o porquê das jornadas de 13 horas diárias de trabalho, da busca constante pelo crescimento profissional, do aumento da renda familiar, etc e etc. Todas (ou a grande maioria) irão responder que é para poder ter uma qualidade de vida melhor do que a que tem atualmente.

Aí me ocorreu, o que é qualidade de vida para esse povo? Esses dias recebi da amiga RedAngel o link para um matéria da BBC, republicada pelo Globo On-line, que falava justamente desse assunto. A matéria questionava o valor do chopp com amigos. Segundo a matéria, estar com os amigos pode valer R$30 mil/mês.

Mas isso, lógico, tem a ver com o nível social da pessoa, estamos tratando aqui de pessoas que recebam um salário na casa de 3 ou 4 mil reais por mês, por exemplo, que já permite um nível de vida razoável e alguma economia. E além do nível sócio-cultural da pessoa, é preciso considerar sua, por assim dizer, percepção de felicidade.

Interessante ver como algumas pessoas optam por criar vínculos sócio-profissionais e gradualmente desconectar os plugs daquilo que é pessoal e intimista. Essas pessoas costumam ser chamadas de profissionais de sucesso, apontados nas rodas de executivos como influenciadores (devido a sua rede de relacionamentos e acessos). Ganham rios de dinheiro (salários, bônus, etc...) e são felizes. Dinheiro traz felicidade SIM! Ao menos um tipo de felicidade.

Interessante é ver comprovado em uma pesquisa, o que eu já imaginava. Algumas vezes, “menos é mais”. Ou seja, mesmo ganhando menos, tendo menos luxo etc. e etc., a pessoa pode ser tão feliz quanto o rico. Para isso basta que ela tenha objetivos de vida diferentes. Isso vai nos remeter a outros posts que trataram dos conceitos como sucesso e realizações.

Fico vendo algumas pessoas que tem poucos relacionamentos de amizade e dedicam suas vidas a criar e manter seus relacionamentos profissionais e por fim acabam misturando o que é relacionamento profissional com o que é amizade. É interessante perceber que algumas delas levam a sério a máxima comercial que diz: “Você é o que você parece!”. Isso pode ser verdade na hora de uma apresentação comercial, em uma reunião de negociação, na elaboração de um material de venda e situações similares, mas não penalize sua vida para ostentar o que você não é.

Quando jovem, tinha um amigo na escola cujos pais dirigiam Mercedes, numa época em que carro importado era raríssimo, e moravam de favor num “apartamentico” num dos piores bairros da cidade. Se vendessem os carros, compravam casa num dos melhores pontos, mas o carro ostentava mais que o apartamento, então... Ele adorava dar carona na saída da escola, mas nunca marcava um trabalho de grupo na casa dele.

Cada um valoriza do jeito que melhor lhe cabe. Valorização é valorização! E me preocupa quando executivos de primeiro nível resolvem impor a suas equipes o ritmo neurótico (no sentido psicanalítico do termo, OK?).

Quando o assunto começa a fazer valer as teorias de Sigmund Freud, prefiro deixar os especialistas discursarem.

Você já sabe qual a vida que você quer levar? Já sabe o sucesso que quer alcançar? Parabéns!