terça-feira, novembro 28, 2006

Planejamento Estratégico

Acho que quase todo mundo já viu aquele filme Madagascar, se não viu, recomendo, é uma dessas novas animações pra adultos que a pirralhada adora (meus filhos adoram pelo menos!). Citei o filme pois o tema desse post quero fazer referência a uma cena específica daquele filme.

Bem, o último sábado foi um dia bonito de sol e céu azul no Rio de Janeiro, daqueles que você acorda, olha pro céu e diz “Cacete, hoje eu tenho que ir pra praia!”.

Pois é, foi nesse dia tão maravilhoso tão cheio de vida que eu (as 09h30min da manhã) estava entrando em uma sala de reunião da qual pretendia sair no início da noite. Quer saber o que eu estava fazendo lá? Também me perguntei isso diversas vezes ao longo daquele dia. O motivo era nobre. Havia um grupo de aproximadamente 15 pessoas convocadas para aquela reunião. Algumas não compareceram (motivo de saúde, viagem, valorização, ou tudo junto) mas cerca de 60% dos convocados lá estavam, eu entre eles.

A agenda comum era realizar o planejamento estratégico para a empresa na qual trabalhava e da qual sou sócio. Mas eu tinha minha agenda particular, escrever esse post :-).

Depois de cerca de 30 dias fora de qualquer tipo de “reunião profissional” (um bando de homens trancados numa sala num sábado de sol no rio de janeiro tem um potencial enorme para qualquer coisa, menos seriedade), estava me sentido como o leão Alex em meio aos Lêmures no filme Madagascar. Tudo que se apresentava ou dizia era alimento pro leão faminto.

Ah sim, a reunião seria guiada por um consultor externo, já conhecido da diretoria da empresa (obrigado Flávio) que seria prontamente valorizado por nosso CFO, que, como primeira coisa do dia, iniciou seu ciclo mestre com uma apresentação desenvolvida no Power Point 2007 Beta (que ele instalou e suporta os bugs exclusivamente para provocar outro diretor) e cheia de animações valorizatórias.

Durante o almoço perguntei a ele o que acontecia, por que tanta valorização por metro quadrado, qual não foi minha surpresa quando ele respondeu que não quer mais ser chamado de enrustido! Ta bom Mr Beagle, você inspirou aquele post, mas não foi 100% pra você, já conversamos sobre isso, certo?

Bom, sigamos em atitudes valorizatórias que degustei naquela ocasião, ah como é bom ter matéria-prima! Um dos diretores, aquele que vem sendo provocado pelo Office 2005, se apresenta como a pessoa que estuda as novas tendências tecnológicas e de mercado e fez uma apresentação sobre convergência digital. O material estava legal e abriu a mente de quem não estava antenado com o que está por vir, mas ele fez a parte dele ao colocar no slide de abertura:

Convergência Digital

Por: Nome do Fulano


Não satisfeito de chamar a glória para sim (valorização plena) ele tomou o cuidado de, ao ser zoado por todos os presentes, justificar-se:

Ah gente, essa apresentação é de uma palestra que eu dei em Fortaleza!

Se já estava até o pescoço, afundou como pedra.

Interessante é que no meio da apresentação ele solta o seguinte exemplo: o WiMax vai levar a internet até os confins do Brasil, até no nordeste vai ter banda larga... Fico imaginando a alegria da platéia de Fortaleza ouvindo isso.

A tal conferência deve ter sido um sucesso, não acham?

Ops, desculpem, a reunião não tinha só homens, havia 1 + ½ mulheres presentes, Martha e Vivi salvaram o ambiente. Não fica brava Vivi, mas você em jogo de queimada, conta meio, né!

quarta-feira, novembro 01, 2006

Liderança

Estive lendo uns artigos sobre liderança da CIO Magazine, mesmo direcionados para profissionais de TI, um artigo em particular me chamou a atenção (“How to Build a Great Team“) e resolvi comentá-lo aqui.

Já pelo título pode-se inferir rapidamente que lá vem mais um daqueles artigos “How To...” ou "5 Steps for...", qual não foi minha surpresa quando a suspeita não se confirmou! O artigo interessante trata de uma das coisas que, na minha observação, tem faltado no trato gerencial, as qualidades necessárias para a liderança. Segundo o artigo, e eu concordo, há 4 qualidades que são fundamentais, vamos a elas: Caráter, Desenvolvimento de Liderança, Paixão e Influência (ou persuasão). Resumindo de forma rápida, não quero transcrever o artigo senão ganho um processo por plágio:

  • Caráter: Fazer a coisa correta (não é corretamente, é correto no sentido de HONESTO!)
  • Desenvolvimento de Lideranças: criar novos líderes é a tarefa mais importante do líder
  • Paixão:a energia para fazer as coisas acontecerem
  • Influência: muito maior do que poder

Ao contrário do que se vê por aí, o valor da liderança não está na motivação, tanto é que carisma não aparece na lista de qualidades do líder. O valor real da liderança está na execução, ou seja, no “get things done”. Afinal de contas, o líder é medido pelos resultados que traz e não pelo show que deu na reunião geral dançando YMCA com a sua equipe.

É muito comum, sentirmo-nos atraídos por estilos diferentes de liderança, mas na verdade, estilo tem muito pouco a ver com essa atração, o que nos atrai em um líder está mais vinculado ao seu caráter do que a forma como ele lidera. É fácil identificar um líder de caráter, há uma "coisa" nele que traz confiança e segurança para a equipe, ele sempre fazer a coisa certa! O líder com caráter é uma pessoa em que você pode confiar quando encontra um problema. É a pessoa que, quando assume um risco, não vai tirar o corpo fora para salvar a própria pele deixando a equipe se ferrar.

Mesmo sendo o cara que decide o que (ou quem) será recompensado ou punido na equipe, é ele quem determina o ambiente e a cultura de sua equipe. O líder honesto cria uma cultura e um ambiente que sua equipe permeará, podendo ser refletida na imagem da empresa frente ao mercado. É importante lembrar que ninguém corre sozinho e por isso sua tarefa mais importante é criar outros líderes, é permear formalmente ou através do seu exemplo as qualidades postas para a liderança e seu conhecimento. Importante lembrar que ninguém é perfeito, todo mundo precisa de atenção e coaching para melhorar, mesmo o líder!

A paixão, a vontade de fazer acontecer, é a energia motriz de qualquer equipe. É o líder quem deve dar o tom dessa paixão. A empolgação do líder, sua motivação é o que dá suporte a equipe quando o prazo aperta ou as coisas começam a não funcionar corretamente. Não estou falando de discursos inflamados (em caso de inflamação, use anti-inflamatórios). Se a porca torceu o rabo, é nessa hora que a equipe mais precisa de proximidade, da atenção e dedicação do líder, mesmo as vezes sem ter como ajudar, o apoio moral é importante e passa a mensagem de comprometimento. Imagine-se ralando feito doido madrugada a dentro e o seu gerente em casa dormindo... pode até fazer sentido, mas você fica puto, não fica?

Influência é a qualidade que, acredito eu, já permeou no mercado e na mente dos líderes. Livros como “O Monge e o Executivo” (que o João roubou o meu!) falam disso constantemente. Mesmo assim, é comum vermos pessoas em cargos de gerência e direção reclamando do tempo que despendem (segundo eles, perdem) explicando detalhes e convencendo as pessoas a fazer aquilo que precisam. Uma novidade: se você está cansado de argumentar para que suas decisões sejam executadas, saiba que essa, junto com a criação de novos líderes, é a tarefa que deve ocupar a maior parcela do seu tempo. Se você não está confortável com isso, vá para o exército, acho que lá ainda há pessoas que ainda aceitam ordens.

Pra encerrar, uma contribuição do Dilbert:

Se não der para ler, clique aqui!