sexta-feira, dezembro 28, 2007

Quem diria...

Olá saudosos leitores (1)! Eu sei que vocês têm sofrido com minha ausência, mas a vida anda corrida e o trabalho não tem me deixado tempo para pensar no que escrever aqui. (Já sei: Pára de valorizar Edu!!!)

Não é que de onde menos se espera surge inspiração! Um dia desses a noite eu estava trabalhando, era o que (?) meia-noite ou uma da manhã, já não lembro mais, e um amigo e leitor (não é eleitor, por favor!) me chama no Messenger, aqui transcrevo parte de nossa conversa:

Amigo: Oi Edu, to precisando de seus ensinamentos..

Eu: Hein!? Tá doidão? O que que eu tenho pra te ensinar?

Amigo: Valorização!

Eu: Peraí, que papo é esse? Não muda o teu perfil não que você está se dando bem na vida sendo assim como você é.

Amigo: Exigências do novo emprego!

Eu: Como assim?

Amigo: eu tava na reunião de mentoring, falando sobre o planejamento do meu desenvolvimento profissional.... (chique, hein...). Ai o mentor falou: para crescer aqui, você tem que fazer isso, aquilo, desenvolver a capacidade x, a y, etc... eu disse: OK, mas se eu fizer tudo isto, isto será percebido pela empresa? - hmmm... não espere por isso.

Paro a transcrição teatral por aqui! Nesse ponto todo mundo já sacou o que precisa ser feito pelo Amigo, certo? Nada mais do que “mostrar a cobra e matar o pau” ou será ao contrário... bom enfim! Não basta ficar pelado, tem que correr no meio da rua!

Atendendo ao pedido desse amigo, retornemos as aulas de TGV (Teoria Geral da Valorização). Uma breve recapitulação dos conceitos base por traz da teoria:

Valorizar: construção verbal em sua forma infinitiva que no nosso caso significa dar ou atribuir valor a alguma coisa ou alguém (no nosso caso alguém ainda que si mesmo!).

  • Valorizador Enrustido: lembram daquele cara que ficava de antena ligada reparando na valorização alheia e reclamando dela? Aquele que dizia coisas como “Eu não valorizo!” e que eu disse que um dia ele ia sair do armário?
  • L.W.V. Master: esse é aquele que sempre tem que ter a última palavra se alguém fala depois dele, ainda que seja “Tchau!”, ele responde. Ele ignora solenemente o dito popular: “Se não tem nada de bom pra falar, cale-se!” e fala qualquer coisa só por falar;
  • O Rei dos 10 Pepinos (preciso arrumar um nome melhor): é aquele cara, normalmente em posição de liderança, que quando alguém se aproxima dele para pedir ajuda, ele recusa justificando-se com base na pilha de problemas que tem e menosprezando aquele que lhe pede ajuda. Detalhe importante é que a prioridade de qualquer líder deve ser a sua equipe! “Leave no man behind!

Esses foram os estilos que eu narrei ao longo desse 1 ano de blog e que poderiam nos fazer rir pelo quão pitorescos são. Mas hoje estamos aqui reunidos para passar conhecimento, compartilhar a experiência valorizatória com o Amigo e ajudá-lo em sua nova carreira (se tudo der certo ele me contrata como seu “Personal Valorization Coach” – chique no último hein!).

Back to the cold cow!!!

Eu sempre disse que valorizar é uma arte e como tal há duas formas de fazê-la bem: talento ou esforço! O Amigo não tem talento para valorizar descaradamente, não está no DNA dele e isso deveria ser bom! Mas o mundo tá todo torto mesmo, então vamos de esforço...

Como tornar-se um Valorizador Natural, daqueles que ganha uma rodada de tempos em tempos, mas com o espaço adequado entre elas para não virar o João.

(isso vai dar trabalho e uma série de posts :-D)

Passo 1: Use os Clássicos

O mais básico da valorização é fazer o trabalho direito e mostrar pra todo mundo que foi você quem fez. Não é uma questão de querer aparecer, mas de clamar o mérito pelo trabalho realizado. Por que você acha que o jogador marca o gol e vai correndo pra grade comemorar com a torcida? Ele não fez nada além do trabalho pelo qual é bem pago, certo? Então por que ele não marcou o gol e voltou pro meio do campo pro jogo poder recomeçar?

Uma boa forma de fazer isso é dar os parabéns em público a sua equipe pelos resultados alcançados.

Se o mérito for seu (individual) você pode fazer uso do esquema jogador de futebol e soltar um sonoro “Puta que pariu, mandei bem para caralho nisso!”.

Se você ainda não tiver feito, mas achar que vale a pena mostrar que ta quase lá, é sempre bom chegar até a chefia e mostrar o que e como você pretende fazer pra pegar uma anuência informal.

Passo 2: Tome a Temperatura

Se você acha que alguma informação é relevante para o seu chefe, tome a temperatura para saber se a percepção dele é a mesma da sua, se for, entregue a informação. Por exemplo, na empresa onde eu trabalhava, certa vez, começou-se a falar de PRV (Plano de Remuneração Variável) atrelado ao resultado total da empresa e coisa e tal. Parecia-me importante termos alguma forma clara de mostrar para o time o quão longe da meta nós estávamos (a meta era impossível!). Então eu fui ao CFO e falei pra ele:

- Cara, sabe o que eu estou fazendo? Estou montando uma planilha para eu acompanhar o resultado do faturamento versus a meta, convertendo a meta de dinheiro para tráfego de mensagens que é o que temos dia a dia nos relatórios.

- Legal, quando estiver pronta me mostra, quem sabe a gente não usa pra apresentar o resultado pro time.

Sai correndo e fui fazer a planilha, entendeu?! Não adianta valorizar e não entregar, se fizer isso você se queima, tem que entregar. O tal CFO pegou minha planilha deu umas melhoradas e começou a usá-la regularmente (se bobear a equipe dele usa até hoje!).

Passo 3: Equipe também é gente

Se a sua equipe faz alguma coisa certa, elogie-os face-a-face, mas comente com seus pares, com sua chefia, com a faxineira, com todo mundo, mas faça isso de uma forma rotineira, tipo:

- Dona Maria, quando a senhora for limpar ali na sala do pessoal da minha equipe, dá uma caprichada por que ontem eles mandaram muito bem com uma tarefa que passei pra eles e merecem um carinho extra hoje.

Ou

- Chefe, você viu o relatório de atividades do projeto? A equipe está se empenhando e o cronograma está adiantado em 5 dias. Se eles entregarem o projeto antes no prazo e com qualidade posso pagar um jantar para eles?

Ou ainda

- Viu só minha equipe? Nego está motivado e dando tudo de si no projeto. Conseguimos ganhar 5 dias no cronograma. Se eles mantiverem esse ritmo, vou levar todo mundo pra jantar como prêmio.

Valorize a tua equipe que eles vão te valorizar também.

Passo 4: Faça a Informação Fluir (FIF, pra quem lembra)

Ainda que possa ser incluído em outros passos acima, o FIF é um artifício valorizatório importante e muitas vezes ignorado por dar trabalho. Sempre que você está envolvido em algum projeto seu gerente pede que você preencha relatórios, time-sheets e coisas do tipo. É comum ouvir nos corredores da empresa coisas como: “Que saco! Tenho que fazer essa porcariada de relatório!”.

Ledo engano! Esses relatórios são a justificativa procedimental para que você mostre o que fez, para que você se valorize! Quanto melhor o seu relatório, do ponto de vista do “mostrar o resultado”, melhor. Não faça um trabalho porco de 1 ou 2 linhas falando: Fiz isso, Fiz aquilo, Fiz aquilo outro. Cuide para mostrar as razões pelas quais você fez ou decidiu algo, mostre o seu raciocínio e o seu objetivo final.

Ainda que o seu gerente discorde de você, ficará claro para ele que você está tomando decisões mirando em um objetivo, com racionalidade e não agindo por impulso, sem pensar nas conseqüências.

Se você sai de uma reunião e manda uma ata de reunião com os pontos tratados, fez o seu trabalho. Agora se você envia além da ata, outro email com as suas considerações e percepções durante a reunião, principalmente sobre o comportamento e expectativas do cliente, você ganha um ponto.

Lógico que se você fizer uma análise da situação comercial ou do projeto sem que isso seja parte do procedimento de trabalho e o entregar ao seu gerente, você será ainda mais valorizado. O ruim desses relatórios e análises, é que se bem feitos, o gerente passa a esperar por eles com regularidade, ainda que não os peça!

Contrariando o Pedrão e deixando aberta a discussão para um futuro próximo, Valorização não é marketing, marketing é uma forma de valorização! SSO!

Até a próxima pessoal!

segunda-feira, outubro 29, 2007

A Diarista e o Consultor

Rapaz esses dias eu estava pensando (tá bom, é raro!) e me ocorreu essa comparação quase esdrúxula entre a Diarista (não é aquela que passa na Globo, é a outra caricaturada por esta) e o Consultor. Qual consultor? Não importa, uma vez que eu também sou consultor (me meio período) nem vou precisar valer-me da liberdade poética nesse post.

O comparativo comessa (desculpe, mas queria homenagear o Dennis) no escopo do trabalho, se bem abstraído e devidamente valorizado, o escopo de trabalho de uma diarista poderia ser apresentado da seguinte forma:

Avaliar o status atual da organização, levantar os pontos de falha no processo organizacional, propor e implementar soluções de curto prazo para a otimização do ambiente organizacional e das relações humanas neste.

Pergunto, visto assim, livre de contexto, você não apostaria que este parágrafo é parte de uma proposta de consultoria? Eu acreditaria.

Do escopo seguimos ao plano de trabalho onde é detalhada a alocação dos profissionais e suas funções, por ser um projeto de curta duração, quero dizer uma faxina, poderíamos escrevê-lo da seguinte forma:

Será alocado 1 (um) profissional de nível pleno para a realização dos trabalhos indicados no escopo deste projeto.

O cliente deverá prover pelo menos 1 (um) gestor gabaritado a acompanhar e apresentar o ambiente e seus processos atuais ao nosso consultor ao longo do desempenho de suas atividades que serão executadas em 24 (vinte e quatro) horas semanais distribuídas em 3 (três) dias.

Passamos então para a fase de orçamentação onde apresenta-se o preço a ser cobrado pela execução dos trabalhos propostos até ali, a ser escrita da seguinte forma:

Para a alocação do profissional e a realização dos serviços supra citados, fica desde já estipulado o investimento de R$ 50,00 (cinqüenta reais) por dia em que o consultor estiver presente no cliente.

Um complemento se faz necessário as considerações finais da proposta:

As despesas de translado e alimentação do consultor serão responsabilidade do cliente e deverão ser quitadas em conjunto com o pagamento dos serviços de consultoria.

OK OK, é lógico que não dá pra por no mesmo saco um consultor pleno e uma diarista, há anos de estudo e conhecimento valorizatório envolvidos nessa comparação - estudo as por parte do consultor e valorização por parte da diarista.

Mas que em termos de apresentação de serviço dá pra fazer ser quase igual ah isso dá!

Ah sim, lembrei de outra diferença entre os dois profissionais, consultor segue a máxima do: Quem sabe faz, quem não sabe ensina!

Diarista segue a máxima do: Manda quem pode, obedece quem tem juízo!

You will never walk alone!

terça-feira, setembro 18, 2007

O Rei dos 10 Pepinos

Há poucos dias, reunimos alguns dos membros do clã “Mini-Mundo” para uma confraternização etílica. Foi um momento raro de pessoas que, certamente, tem um carinho grande entre si e compartilharam, num remoto passado, crenças comuns.

O nome “Mini Mundo” foi proposto por um dos maiores membros do clã (certamente não em estatura), mas pegou de imediato. Presentes e contados, havia aproximadamente 10 membros (alguns optaram por assistir ao jogo dos framengo no maraca e assim nos abandonaram).

Qual não foi minha surpresa ao observar o Mr M que - tendo chegado 1 hora atrasado, suado, fedendo e tudo mais que tem direito - antes mesmo do primeiro chopps (como diria a paulicéia desvairada), começou a relatar fatos cotidianos de seu relacionamento profissional com os superiores hierárquicos da empresa onde trabalha. Dizia ele (tomando seu primeiro chopp):

Pô maluco tem noção? Você chega pra dar uma idéia no cara e compartilhar uma parada, pra pedir ajuda mesmo, aí você diz: “Se liga: tô com um pepino” e o cara já manda de volta:

- Então, eu tô aqui com 10 pepinos que tão me tirando o sono!

Vamos guardar essa valorizada para comentário futuro...

E Mr M toma seu 4º chopp.

Muito cansado da malhação de onde vinha, resolve abdicar dos sapatos que calçava e fica descalço no bar onde bebíamos.

A essa altura lá se vai o 10º chopp e, mais relaxado, ele resolve descansar os pés sobre a mesa do bar.

Diria o Leo Batista: “Ah Mr M!”

De volta à questão valorizatória que ficou em suspenso para que eu pudesse encerrar a narrativa quanto ao exemplar comportamento do Mr M.

Que beleza de chefe esse: se alguém da equipe dele tem um problema, em lugar de ajudar ele manda o cara se danar por que ele tem outros 10! Isso é Lógico, 10 > 1 então SFA você que só tem 1 problema.

Será que, até hoje, essas pessoas não entenderam que a prioridade maior de quem coordena uma equipe é resolver os problemas que a equipe lhe traz? Todo o resto pode e deve esperar. Se não for assim, o que vai acontecer, no curto prazo, é que você será um chefe sem equipe.

É disso que falam livros como O Monge e o Executivo e Como Ser Um Líder Servidor. De dar prioridade a aqueles que te cercam em detrimento de si mesmo. Na verdade, essa é a base do trabalho em equipe. Você ajuda o outro a fazer o dele por que sabe que ele vai te ajudar a fazer o seu e assim o todo anda.

O fato é que esse chefe (o rei dos 10 pepinos) é assim. Por isso ele é o Rei do 10 pepinos, pq ele sempre tem um monte de pepinos para resolver e os seus são irrelevantes perto dos dele.

Minha leitura, para pessoas que tem esse tipo de comportamento de forma recorrente, é que eles fazem isso por que não conseguem acreditar que a pessoa está, de fato, pedindo ajuda. Preferem acreditar que o pedido de ajuda é uma forma de valorização para postergar prazos ou coisas do gênero e se é para valorizar, então que ele valorize mais, por que assim obriga o outro a resolver o problema. IDHIOTA!

Encerro aqui com uma frase de efeito que me foi passada no espectro retenção de talentos e que por si só é motivo de um post inteiro sobre retenção de pessoal:

“Se você soubesse o que eu sei, você não ia!”

sexta-feira, agosto 31, 2007

CDC

Ah que saudades! Tinha tempo que eu não escrevia aqui no Blog, meus dois ou três leitores já estavam me cobrando um novo post. Pois bem, voltei!

Voltei motivado por eventos que transcendem de forma cooperativa a inexorabilidade da contribuição que este blog oferece ao universo corporativo e, em igual veemência, ao convívio social humano.

Dentro do prisma ubíquo e translúcido donde tenho observado os movimentos sócio-tecno-culturais recentes e, por que não, a busca incessante do homo sapiens por seu encontro face a um ambiente mutável e mutante, deparei-me com a afirmativa assertiva de um amigo que outrora demonstrara interesse na exploração e aprofundamento dos preceitos e conceitos que dão origem e embasam a teoria geral da valorização.

No contra fluxo do processo de definição dessas bases acabei por trazer a tona paradigmas que outrora fluíram à sociedade capitalista sócio-democrata e que, em verdade, talvez devessem ter permanecido a margem daquilo que busquei. Tivera eu concentrado-me no objeto e não no caminho talvez tais paradigmas permanecessem imersos e diluídos no cerne daquilo que rege o comportamento humano e que, em momento futuro tornar-se-á objeto de apreciação mútua de filósofos e humanistas.

De fato aqui estou! Em regresso de onde jamais parti. É no ímpeto de um sentimento confuso, data vênia, que retomo, daqui, aquilo que jamais foi deixado. Muito embora no afã do processo produtivo, tenha sido relegado a plano secundário.

Nesta tarde em que retomo meus afazeres nesta publicação, tive o feliz prazer de encontrar-me com pessoas da mais alta estirpe e gabarito. Um evento profissional que por fim, consolidou-se em um encontro daqueles que, há muito não estiveram juntos.

Nesta ocasião tão célebre, pudemos explorar algumas das razões que motivam pessoas comuns a produzirem, em recinto privado, situações que denigrem sua imagem e/ou personalidade. E em momento seguinte, darem razão a esta degradação tornando públicos os registros audiovisuáis de tais situações. Ora, questionávamos: se como objeto fim há objetivo de tornar público aquilo que a coragem, ou a desinibição, somente permite fazer em particular, será que a imagem gravada não é representação da pessoa que nela aparece? E em sendo, não deveria está ser tratada da mesma forma de sua exibição em vivo?

Concluímos, em consonância, que NÃO. A percepção do homo sapiens modernus, este que convive de forma plena com ambientes de comuna virtual e publicações livres (como esta pela qual sou responsável), desenvolveu em si uma capacidade única de desvínculo entre o ser e sua imagem. Assim auto confere-se o direito de explora-la conforme suas demandas e interesses pessoais ou profissionais.

Daí, somos remetidos a questões e situações passadas onde a comuna nos punha em posição jocosa, objeto de sátiras e reprimendas, sempre que, por vontade própria (consciente ou não), víamo-nos expostos ao ridículo. Hoje o ridículo das situações é tratado de forma célebre, feito heróico em alguns casos. O arquétipo da sociedade atual preconiza a busca da exposição por qualquer subterfúgio, uma situação onde o ser dá lugar ao parecer.

É nesse ambiente, onde a cultura de massa desemboca e alimenta-se, que a valorização encontra o preâmbulo de sua teoria. E, por assim dizer, serve como base para a criação de uma sociedade futura. Qual, senão este, é o futuro daquilo que construímos com fundações e fundamentos como os aqui descritos?

domingo, junho 17, 2007

L.W.V.

Eu sei que todos já estão de saco abarrotado da versão “pensadora” do Edu, então, agora que eu já tenho tempo de casa nova, podemos começar a contar os episódios valorizatórios dessa nova trupe à qual integro.

Comecemos com um exemplo clássico de valorização que eu, de fato, havia me esquecido por completo, o L.W.V. – Last Word Valorization.

Valorization, pra quem tem dificuldade com inglês, é a versão anglo-saxônica da palavra neolatina valorização. Muito embora eu não a tenha encontrado em qualquer dicionário de língua inglesa, quero ver quem vai me criticar por esse neologismo em um idioma que transforma Flip e Flop (ruídos quase utilizáveis como crazy sounds no celular de alguém) em palavras corriqueiras. Sigamos...

Aqui na casa nova há poucos profissionais bem treinados na arte da valorização, estou tendo um trabalho grande para capacitá-los a contento do que o mercado exige. Lembrem-se do que disse em posts muito antigos (de uma galáxia muito distante): Valorização é como a Força dos jedis, há o lado negro e o lado branco. O lado branco é bom, o negro é ruim!

Mas há aqui, uma figura excepcionalmente apta e habilitada na sub-arte (não é sub de “inferior”, é sub de “estar incorporada a”, como em “sub-conjunto de”. Entendeu João?) do LWV. O LWV Master (começou em inglês vai até o final) é o equivalente do He-Man no universo da valorização, sem a tanga ridícula (espero!). Eu deveria ter usado a She-Ha como exemplo... foi mal Hilário!

Ah lógico, embora o nome seja auto-explicativo, sempre cabe a dissecação do objeto para clarear a lucidez dos casos veroSímios por ventura serão narrados. Entendeu João?

Last Word Valorization (a.k.a. LWV) é a atitude valorizatória tomada por um indivíduo ou grupo de indivíduos que: face a uma afirmação, informação ou ação tomam o cuidado deliberado de, na totalidade absoluta dos casos, ter sempre a última palavra. Na maioria desses casos a última palavra tende a ser a concordância ou aprovação de algo onde sua opinião não cabia ou era irrelevante.

Há um post antigo que eu chamei - se bem me lembro – de Valorizar ou Calar. Naquele episódio, eu tratei de uma situação onde o valorizador atuava quando não devia. Neste caso, estamos falando de alguém que quer ter sempre a última palavra, não importa o assunto ou o valor agregado por sua intervenção (que na maioria das vezes é nenhum!).

Você consegue imaginar, mesmo que vagamente, o que acontece em uma reunião onde há duas (só duas que é pra não complicar muito) dessas pessoas? Qual a probabilidade de essa reunião ser produtiva e de acabar algum dia?

O interessante em pensar sobre uma situação dessas é ver que inevitável e inequivocamente (hoje estou usando palavras difíceis – isso também é valorizar) todos nós já usamos o LWV, ainda que involuntariamente ou até inconscientemente.

Mas a valorização é isso, ela flui normalmente do âmago do ser humano e faz dele um defensor do universo (ou um capanga do Esqueleto).

Juro que eu não ia pôr essa última foto, mas eu nao me contive....

segunda-feira, junho 11, 2007

Qualidade de Vida 2

Eu não gosto muito de ficar rendendo discussão, mas como o Morais fez, exatamente o comentário que eu esperava dele (e de mais alguns que se abstiveram) no outro post, resolvi dar seqüência.

Eu não sou maluco de dizer que alguém deva ganhar pouco pelo trabalho que faz, menos ainda que deva abdicar do princípio básico de mais-valia, base da economia de mercado em que estamos imersos.

Mas a questão está justamente na questão de ‘até onde vai a mais-valia’. Veja só, um dos critérios de classificação de desenvolvimento de países, a diferença entre a concentração de Ricos e Pobres no país. Se a cultura geral do mundo capitalista preconiza o acúmulo de dinheiro bens, seria correto imaginar que essa diferença fosse pouco relevante.

Mas é justamente o que a reportagem que citei no post anterior mostra, está evidente que a busca constante por acúmulo de riqueza não é mais a tônica dominante no mundo. As pessoas entenderam (ou estão entendendo) que o dinheiro como fim não agrega valor. O modelo de acumulo a la Tio Patinhas não se presta e a valoração feita para os “chopp com os amigos” foi no sentido de obter resposta a seguinte pergunta: “Quanto, da sua vida, você está disposto a sacrificar para acumular riqueza?”

Conheço uma pessoa, um empresário de sucesso, sua empresa fatura regularmente cifras que alguns desejam para daqui a 5 ou 10 anos. Que tal a qualidade de vida dessa pessoa? Quantas horas de trabalho por dia? Quantos dias por semana?

Pois é, a cultura do acumulo de riqueza cria um ciclo vicioso nas pessoas, elas imergem tão fortemente na busca pelo capital, centram suas vidas exclusivamente nisso que quando levantam a cabeça para olhar em volta, o que se vê é solidão.

É o que a reportagem falava, às vezes é melhor ficar um degrau antes do final da escada e ainda ter amigos para tomar um chopp na sexta-feira do que chegar ao final da escada e ficar sozinho.

Mais uma vez, não estou falando contra a sociedade de mercado, entendo-a como saudável no sentido em que a concorrência impõe um ritmo de inovação e revolução constante. Mas o que aquela reportagem criticava, na medida em que mostrava uma tendência comportamental, é a busca constante e desmedida pelo acumulo.

quarta-feira, maio 09, 2007

Qualidade de Vida

Se você conversa com as pessoas e as questiona sobre o porquê das jornadas de 13 horas diárias de trabalho, da busca constante pelo crescimento profissional, do aumento da renda familiar, etc e etc. Todas (ou a grande maioria) irão responder que é para poder ter uma qualidade de vida melhor do que a que tem atualmente.

Aí me ocorreu, o que é qualidade de vida para esse povo? Esses dias recebi da amiga RedAngel o link para um matéria da BBC, republicada pelo Globo On-line, que falava justamente desse assunto. A matéria questionava o valor do chopp com amigos. Segundo a matéria, estar com os amigos pode valer R$30 mil/mês.

Mas isso, lógico, tem a ver com o nível social da pessoa, estamos tratando aqui de pessoas que recebam um salário na casa de 3 ou 4 mil reais por mês, por exemplo, que já permite um nível de vida razoável e alguma economia. E além do nível sócio-cultural da pessoa, é preciso considerar sua, por assim dizer, percepção de felicidade.

Interessante ver como algumas pessoas optam por criar vínculos sócio-profissionais e gradualmente desconectar os plugs daquilo que é pessoal e intimista. Essas pessoas costumam ser chamadas de profissionais de sucesso, apontados nas rodas de executivos como influenciadores (devido a sua rede de relacionamentos e acessos). Ganham rios de dinheiro (salários, bônus, etc...) e são felizes. Dinheiro traz felicidade SIM! Ao menos um tipo de felicidade.

Interessante é ver comprovado em uma pesquisa, o que eu já imaginava. Algumas vezes, “menos é mais”. Ou seja, mesmo ganhando menos, tendo menos luxo etc. e etc., a pessoa pode ser tão feliz quanto o rico. Para isso basta que ela tenha objetivos de vida diferentes. Isso vai nos remeter a outros posts que trataram dos conceitos como sucesso e realizações.

Fico vendo algumas pessoas que tem poucos relacionamentos de amizade e dedicam suas vidas a criar e manter seus relacionamentos profissionais e por fim acabam misturando o que é relacionamento profissional com o que é amizade. É interessante perceber que algumas delas levam a sério a máxima comercial que diz: “Você é o que você parece!”. Isso pode ser verdade na hora de uma apresentação comercial, em uma reunião de negociação, na elaboração de um material de venda e situações similares, mas não penalize sua vida para ostentar o que você não é.

Quando jovem, tinha um amigo na escola cujos pais dirigiam Mercedes, numa época em que carro importado era raríssimo, e moravam de favor num “apartamentico” num dos piores bairros da cidade. Se vendessem os carros, compravam casa num dos melhores pontos, mas o carro ostentava mais que o apartamento, então... Ele adorava dar carona na saída da escola, mas nunca marcava um trabalho de grupo na casa dele.

Cada um valoriza do jeito que melhor lhe cabe. Valorização é valorização! E me preocupa quando executivos de primeiro nível resolvem impor a suas equipes o ritmo neurótico (no sentido psicanalítico do termo, OK?).

Quando o assunto começa a fazer valer as teorias de Sigmund Freud, prefiro deixar os especialistas discursarem.

Você já sabe qual a vida que você quer levar? Já sabe o sucesso que quer alcançar? Parabéns!

sexta-feira, março 30, 2007

Sucesso

Recentemente me vi abalroado por uma afirmação real, embora estranha. Ouvi um executivo afirmando que seu prazo para atingir o sucesso está acabando.

Eu nunca havia pensado sobre o “prazo para o sucesso”, na verdade eu fui lançado a pensar seriamente sobre o que é sucesso pela primeira vez. Não é a toa que a frase foi proferida por um executivo, alertado por um investidor profissional. Ter prazo para atingir o sucesso, seja lá o que for entendido como sucesso, é valorizar ou não é?

Uma reflexão: Quem é você? O que você quer? A quem você serve? –sempre quis fazer essa pergunta a alguns dos meus leitores e nunca tive a oportunidade, responda nos comentários do blog.

No meu entender, sucesso é definido a partir da personalidade de cada um. Na verdade, sucesso significa atingir um objetivo. Feliz ou infelizmente há pessoas cuja personalidade os coloca na situação de que buscar a aceitação de terceiros, e quando o objetivo é ser aceito por terceiros, o fracasso é certo.

É muito comum questionarmos as pessoas sobre seus objetivos de curto (1 ano), médio (3 anos) e longo prazo (5 anos), mas esquecemos de questionarmos sobre seus objetivos de vida. Quando você estiver velho, com, digamos 70 anos, vai querer olhar pra traz e ver o que?

Há pessoas consideradas executivos de “quase-sucesso”, e esses casos são tratados com desdenho maior do que aquele dedicado aos fracassados. Alias, fracassado é um termo que me desagrada em muito ele gera um clima de “o sujeito não fez tudo que deveria ou poderia ter feito” ou “ele não fez nada” e isso não é necessariamente verdade. A diferença entre sucesso e fracasso pode ser devida ao esforço das pessoas, mas há também as escolhas e decisões de cada um. É comum ver uma situação negativa surgir por uma decisão mal pensada ou por interferências externas as quais não somos capazes de controlar.

Julgar sucesso e fracasso é uma ação que, em geral vem do “mercado”. Tudo que se vê é um julgamento externo de pessoas com ou sem relacionamento pessoal com o “réu” apontando o dedo e dizendo: “Aquele cara manda bem!” ou “Pô, ele quase deu certo!” ou ainda “Coitado, não fez nada certo! Só se ferrou na vida.”.

Será que isso é justo? Alguém olhou a vida pessoal desse profissional, não, nunca! Ao “mercado” só interessa a vida profissional, só importa aquilo que pode ser valorizado (ou desvalorizado).

Ter uma boa casa, qualidade de vida, família equilibrada e todos os objetivos pessoais a que você se propôs, pode ser sinal de fracasso. Legal né? Você tem tudo que sempre quis, tudo que buscou na vida, e o “mercado” te olha e o reconhece como um fracassado. Alias, pode ser pior, você pode ser visto como alguém que quase fez sucesso...

Quem é você? O que você quer? A quem você serve? – essas perguntas estão mais ligadas ao sucesso do que você imagina, mesmo que não as responda com comentários, faça-o internamente.

Obrigado por ter lido até aqui!

sexta-feira, março 16, 2007

Realizações

Atire a primeira pedra aquele que nunca valorizou!

Esses dias eu pensava sobre essa coisa toda de valorização, comportamento humano, liderança, motivação, essa baboseira toda que o universo corporativo insiste em discutir pra vender livros e palestras. Volta e meia eu me perdia tentando conectar aquilo que pensava com aquilo que vivo e vivi, é um exercício interessante, recomendo!

Quanto mais eu penso a respeito dessa coisa que acabou sendo chamada de valorização e sobre a qual tenho dedicado tempo para escrever aqui no blog, mais fica claro que valorização é uma conseqüência das nossas realizações ou da falta delas. Da nossa constante busca por aceitação e engajamento, busca por reconhecimento.

Conversava com minha esposa (ela não leu o último post, ainda bem!) sobre o trabalho dela e as coisas que acontecem no ambiente de trabalho. Ela, veemente opositora da valorização e, como todo mundo que tem formação na área de humanas, custa a aceitar o personagem corporativo. Ela me relatava uma conversa que tivera com um de seus funcionários onde ele reclamava acerca da falta de reconhecimento que seu gerente direciona ao seu trabalho. Fato é que o tal gerente desconhece os benefícios que o trabalho do sujeito (uso o termo no sentido psicanalítico/científico) para a organização como um todo, e como essa visão é clara para o sujeito, há um conflito de visão (para não dizer geração) instaurado. A sugestão dada, e um tanto óbvia, foi de mostrar ao gerente os benefícios que o trabalho está trazendo para a organização.

O sujeito (oculto) está em busca de reconhecimento, de engajamento. Ele deseja que o seu gerente demonstre apreciação por seu esforço e dedicação para a empresa, ele quer ser aceito e reconhecido.

Obrigado!

É, obrigado! Uma palavra comum ao nosso vocabulário, cada vez menos utilizada e cada vez mais importante. Com essa simples palavra e uns poucos gestos e movimentos somos capazes de dar aceitação e reconhecimento às pessoas. Mais um exercício:

Quando você sair do elevador, em lugar sair correndo e falar obrigado de costas para o ascensorista, experimente olhá-lo nos olhos e dizer o obrigado ANTES de sair do elevador. Faça a mesma coisa com quem lhe traz o cafezinho ou o mate. Quando tiver feito esse exercício, comece a praticar isso com seus colegas de trabalho, subalternos (odeio essa palavra) e chefe, com eles, use também o “Parabéns!”.

Você estará valorizando, mas do jeito certo. É o lado Jedi da força. Fuja do lado negro Luke!

Voltando à coisa da liderança e das realizações, estou começando a me convencer de que a tal da meta não serve pra nada, ao menos não a meta tal qual a vemos por aí. Coisas como:

  • Temos que (alias, temos não, usa-se VAMOS) faturar X milhões (ou bilhões)esse ano
  • Temos que manter o EBTIDA acima de YY%

Há quem diga que sem metas o ser humano não consegue se superar, eu concordo (em parte!). Da mesma forma que não estou convencido de que premiação financeira é a única coisa que motiva uma pessoa.

Prefiro creditar mais à alma (ou ego) do que ao bolso, não que eu queira deixar de encher o bolso, mas o prêmio por um trabalho bem feito não pode ser só dinheiro no bolso, tem que ter um algo mais, e tem!

O ser humano é intrinsecamente emocional: nós choramos, rimos, deprimimos, sentimos. No ambiente de trabalho não conheço sentimento melhor do que o de realização. Aquela sensação de leveza de quem ralou, virou noite, pedalou até o fim pra produzir algo de qualidade e o resultado final foi tudo ou mais do que aquilo que se esperava. Ano passado fiz três projetos assim! A única coisa que ofusca esse sentimento é a falta de reconhecimento. É ganhar, por exemplo, uma concorrência, ou emplacar um projeto importante, ou entregar um produto no prazo ou antes dele, e não ouvir um Obrigado!, um Parabéns!

Obrigado por ter lido até aqui :D

sexta-feira, março 09, 2007

Ah Que Dinheirão!

Amigos leitores (4) que freqüentam este blog. Que dinheirão!

É sim, foi isso que eu vi em São Paulo essa semana, um dinheirão! Era um dinheirão sobre rodas que passava por mim à esquina de 9 de Julho com João Cachoeira. De um lado havia uma agência do HSBC, do outro a Ofner onde realizava uma reunião descontraída e divertida com um parceiro e seu cachorro, um bulldog americano, lindo por sinal!

A Ofner é uma doceria chique, cheia de pãezinhos e docinhos e salgadinhos e quitutes diversos. Era pouco mais de 9 da manhã quando eu entrei na Ofner para encontrar meu colega e parceiro. Já na porta o lugar me causou estranhamento. Ao fundo da loja, próximo ao balcão de doces, havia uma rapaz com pinta de designer ou produtor de cinema (cavanhaque, cabelo bagunçado – diz que é penteado, mas pra mim é falta de pente!) com seu Powerbook aberto.

Ora cacete, como é que esse maluco tem coragem de abrir um laptop no meio de uma doceria à beira da rua? – É impressionante como as pessoas sentem-se seguras entre 4 paredes. Mesmo que todas sejam de vidro transparente.

OK, como se diz por aí: “Em Roma, coma as romanas” – Se minha mulher ler isso, vai dar merda! Liguei meu laptop, conectei na internet (é, a doceria tem wi-fi, ta pensando!) e fiquei esperando meu colega chegar.

Entretido lendo e-mails, jogando Ghost Recon, não vi quando ele chegou e sentou-se na varanda a beira da rua. Quando percebi sua presença, fechei o laptop e fui encontrá-lo (varanda não tem parede :P).

Mal sentei-me ao seu lado na mesa e percebi que a coisa do lado de fora era tão ou mais irada que a do lado de dentro. No estacionamento a nossa frente havia:

  • 2 BMW X5
  • 1 Mercedes SL500 e
  • 1 Audi TT, esses últimos conversíveis.

De brincadeira comentei: “Cacete, isso sim é que é um estacionamento!”. Meu colega riu e comentou que aquela doceria lota de “coisas” desse tipo no final de semana. Há um clube de Harley-Davidsons que se reúne ali aos sábados.

Começamos a falar de trabalho (sempre que o bulldog deixava :D), o papo foi rápido e bastante produtivo, mas foi encerrado subitamente com a passagem, pela rua engarrafada de um Shelby GT500, quem acha que não conhece, lembre-se da Eleanor do filme 60 Segundos. O modelo que passava não era um antigo restaurado, era a versão nova que foi feita para celebrar os 50 anos (acho) do modelo. Profissionais como Lamborghini Gallardo. Eu nem sabia que havia um desses no Brasil.

Pra quem gosta de carro, o bicho é lindo!

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Estilos de Gerência

Nesses últimos tempos tenho conversado com diversas pessoas e nas últimas semanas deparei-me com um conflito de estilos de gerência que me fez pensar. Dois amigos que trabalham juntos estavam se “estranhando” profissionalmente. Achei aquilo muito estranho. Como é que pessoas que são amigos na vida podem não se dar bem quando em suas versões “homus corporativus”?

Analisando a razão do desentendimento, percebi que, na verdade, o atrito entre eles surgia por duas razões, seus valores e crenças pessoais e seus estilos próprios de gerência. Acho que o atrito ocorre por falta de tolerância. Na verdade tolerância é o que falta na maioria dos geradores de conflitos.

O mais interessante é que pensando sobre estilos de gerência, cheguei à conclusão de que não há um estilo certo. Alias nada que envolve relações humanas tem o direito de ter resposta única - prova disso é o volume de soluções diferentes postadas pelo “Pedrão Frenético” no último post. Identifiquei 4 tipos de gerência que, no meu entender delineiam o comportamento macro de qualquer gerente:

Direcionador: É o gerente que diz o que, como e quando uma coisa deve ser feita. Basicamente é o estilo Sargento Azul de gerenciar.

Apoiador: É o estilo do gerente bom ouvinte, motivador e encorajador. É o cara que busca a compreensão de como sua equipe está se sentido e dá um feedback construtivo a eles (individualmente)

Treinador: É um misto dos dois estilos acima, exige um excelente diálogo entre o gerente e a equipe e ajuda no desenvolvimento das qualidades dos membros da equipe.

Delegador: Esse é o gerente que dá liberdade de trabalho para sua equipe. Delega as tarefas a serem realizadas e faz o acompanhamento da evolução do trabalho.

O bom gerente, no meu ponto de vista. É aquele que sabe o momento certo de utilizar cada um dos estilos em prol de garantir mais do que o cumprimento de prazos, mas a satisfação de sua equipe com o emprego ou trabalho que está realizando. Por exemplo: de que adianta ser um gerente Direcionador se a equipe está desmotivada ou insegura sobre a capacidade de atingir o resultado esperado? Nesse caso é preciso fazer uso do estilo Apoiador, suportar a equipe, trabalhar lado a lado com eles, ouvir o que eles têm a dizer e responder com honestidade.

Se um membro de sua equipe não está demonstrando o crescimento em determinada área e você, como gerente, precisa desse desenvolvimento, então seja um gerente Treinador e auxilie-o no desenvolvimento daquela qualidade. Se você não tem segurança da sua capacidade de agir como Treinador e desenvolver essa característica, busque alguém que se sinta confortável em fazê-lo. Pode mesmo ser outra pessoa de sua equipe, o seu papel de gerente é identificar a necessidade ou problema e resolvê-lo.

Quando você, gerente, delegar uma tarefa, certifique-se que:

  • As expectativas quanto ao resultado esperado foram deixadas claras;
  • Há acordo entre você e sua equipe quando ao escopo e natureza da tarefa;
  • Os prazos estão combinados (não é aceitos, é combinados);
  • Os problemas que podem surgir durante a execução da tarefa já têm solução pré-definida;

Você escolheu a pessoa certa para cada tarefa delegada. Durante a execução de um projeto, delegue aquilo que a pessoa sabe fazer. O aprendizado deve ser obtido em trabalho de equipe.
Um ponto importante e que não pode ser esquecido, é que gerência e liderança não é a mesma coisa. Pode ser que caminhem juntas em algumas situações. Ou seja, se você identifica o perfil de liderança em alguém na sua equipe, isso não quer dizer que ele esteja pronto para se tornar um gerente.

Se você quiser desenvolver as qualidades de gerente em uma pessoa, antes de começar, pergunte-a se está nos seus objetivos de vida tornar-se um gerente. Às vezes a pessoa pode querer ser apenas um braço produtivo de alta qualidade. Nem todo mundo se motiva pelo aumento salário como você pode estar imaginando.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Parem o Mundo!

Nos tempos em que eu buscava recolocação, encontrei um artigo da Forbes intitulado “Did you lie on your resume?” peguei para ler acreditando que seria algo do tipo seja honesto, fale a verdade, etc e etc. Qual não foi minha surpresa ao ler frases como:

Read the obits in trade magazines to find a "former" boss. Reference issues? Rent a P.O. box that accepts mail addressed to massive companies. For Johnson, keeping it real just doesn't make sense. Employers assume there will be some "puffery" on the resume, so they discount some of your experience, he says. "Those of us who play by the system, we're getting screwed."

O nego tem um site chamado FakeResume.com que ensina onde e como maquiar o curriculum vitae. E a reportagem ainda citou casos reais de presidentes de empresa como RadioShack e Bauch & Lomb que mentiram deslavadamente em seus CVs. Mentiras como cursos de graduação e pós-graduação nos quais nem se matricularam.

Como diria Kelly Key (toda boa): Fala sérioooo!

Pelo amor de Deus, não vamos fazer isso... mentira tem perna curta. E quem promete mais do que é capaz de entregar, sempre se ferra.

Aproveitando o assunto, deixe-me dar umas dicas sobre entrevistas de seleção. Uma amiga muito querida participou do processo de seleção de uma das maiores empresas da atualidade (em presença, número de funcionários, e faturamento) e teve a delicadeza de reportar o seu dia de entrevistas. Isso mesmo, DIA DE ENTREVISTAS, das 9 as 18 horas falando com 4 ou 5 pessoas diferentes e fazendo provas de aptidão técnica e raciocínio lógico.

Deixem-me reproduzir em palavras alguns dos exercícios de lógica que me pareceram mais interessantes. Ah sim, a parte de raciocínio lógico vem sempre depois das provas específicas por uma única razão: Sua mente já está em frangalhos :D.

O primeiro exercício: Será que está chovendo?

O entrevistador lhe apresenta a seguinte situação:

Você está dentro de um prédio de 40 andares, em uma sala e lhe perguntam,será que está chovendo?

Como responder a essa pergunta?

Resposta óbvia e imediata: Olho pela janela e vejo.

O entrevistador lhe diz que não há janelas na sala.

Agora chegou o tempo de ser criativo. Vou deixar as respostas de minha amiga falarem por si só:

Amiga: Ligo a TV no canal do tempo.

Entrevistador: Não há TV!

Amiga: Acesso a internet e consulto o tempo agora.

Entrevistador: Não há Internet!

Qualquer ser humano normal já estaria puto da vida a essa altura.

Amiga: Vou a portaria do prédio e vejo.

Entrevistador: Você não pode sair da sala.

Amiga: Procuro por guarda-chuvas molhados que indiquem chuva lá fora.

Entrevistador: Não há guarda-chuvas na sala.

Amiga: Então não está chovendo!

Isso é lógica!

Como diria Mr. Holmes, se as evidências não apontam em contrario, então está provado! (Não sei se ele disse isso, mas ficaria bonito dito por ele, né não?)

O Entrevistador não queria que a Amiga provasse que estava chovendo, só que respondesse se estava ou não. Excelente! Esse exercício não tem resposta, é feito apenas para medir o número de tentativas que o candidato faz antes de desistir ou de chegar a alguma conclusão.

O segundo exercício: Quake III

Entrevistadora: Você está de pé no meio de um corredor de 8x8 e vem em sua direção um demônio, o que você faz?

Amiga: É o capeta em pessoa?

Entrevistadora: Pode ser!

Amiga: ...

Antes de contar a resposta da minha amiga (que foi fantástica) e lhe garantiu a contratação, quero ouvir de vocês quais seriam suas respostas.

Coloquem nos comentários que na semana que vem eu comento com o término da história.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Maturidade

Resolvi voltar ao tema da maturidade depois que um bom amigo me chamou para desabafar sua frustração ao ser pego de surpresa pelo pedido de demissão de um dos membros da sua equipe. Durante a conversa esse amigo, um bom gerente até onde me consta, disse que promovia encontros regulares com as pessoas de sua equipe, que joga limpo com elas e que pede para serem sinceras ao falarem de sua satisfação/insatisfação face a sua situação na empresa.

A revolta dele é compreensível, há um sentimento de frustração muito grande no gerente que é surpreendido por uma notícia de desligamento de um funcionário. É um sentimento muito próximo ao do término de um relacionamento sem a percepção de que as coisas estão indo mal.

Tentei fazer o meu papel, ouvi-lo e acalmá-lo, as vezes isso basta. Mas a conversa me lembrou que as vezes nos esquecemos que, além da satisfação pessoal com o trabalho ou emprego atual, há o objetivo de vida.

É comum, que os objetivos de vida mudem conforme crescemos e conforme o ambiente a nossa volta muda. As vezes a satisfação com o status quo não é sinônimo de estarmos em linha com os objetivos de vida, de estamos perseguindo nosso desejo maior.

Talvez esse tenha sido o caso pelo qual meu amigo passou, não sei. Será que a satisfação reportada pelo rapaz era verdadeira ou era apenas uma satisfação do tipo “Dentro daquilo que me cerca, sim estou satisfeito.”.

Sinceridade em uma reunião gerente-gerenciado passa, obrigatoriamente, por um filtro de valorização. De um lado o gerente não quer criar insatisfação nem quer gerar conforto com o gerenciado. De outro, o rapaz teme transparecer seus sentimentos reais e com isso criar indisposição com o gerente e por seu emprego em risco.

O que aconteceria, se um de seus gerenciados olhasse pra você e disse com total franqueza que está trabalhando com você até que apareça coisa melhor? Que está participando de alguns processos seletivos e que quando for aprovado em um deles, vai dar uma banana para você? Como gerente, o que você faria?

Repare, o funcionário teria sido sincero como você desejava e agora você está na situação de ter um funcionário “perdido” sem saber quando ele vai deixar sua equipe, pode ser amanhã, pode ser daqui a 2 meses. Admita você espera, mesmo que inconscientemente, que o funcionário filtre (valorize!) o que vai lhe dizer.

Dos gerentes que eu conheço, acho que todos pediriam ao funcionário que determinasse sua data de saída e preparariam a sua substituição.

Note que o medo do funcionário se concretizou, ele foi “demitido”, perdeu o ganha pão e ainda não tem destino certo.

Cansei de ouvir recomendações do tipo: “Não troque um passarinho na mão por dois voando”, todo mundo ouve isso desde criança! Foi o que o rapaz fez, ele ficou com um pássaro na mão enquanto tentava pegar o outro, quando pegou, ele escolheu qual deles manter e qual soltar.

Não vou discutir aqui a forma da saída do emprego, mas há duas formas de se fazer isso. Na primeira o cara avisa que está saindo e que já não volta mais, por isso ele paga o aviso prévio. Na segunda, ele informa que quer sair e diz até quando pode ficar aparar arestas e não deixar as bolas caírem. Qual das duas a pessoa vai escolher, depende de fatores como:

  • Quando ele começa no novo emprego;
  • Qual o comprometimento ele tem com a equipe e a empresa (isso é recíproco);
  • Quão bom é (ou está) o ambiente de trabalho.
  • A maturidade do sujeito para saber que ao sair, é bom deixar a porta aberta

De resto, espero apenas que o rapaz tenha sucesso em seu novo emprego, que o gerente (meu amigo) lembre-se que a valorização é um fato. Que o nosso comportamento profissional é regido por ela, infelizmente.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Empregabilidade

Tenho ouvido muitos amigos, insatisfeitos com suas posições atuais dizerem que não estão buscando outras posições, mas mantendo suas respectivas empregabilidades.

Mas o que significa EMPREGABILIDADE?

Conversando é que se aprende, e foi em uma conversa que descobri o que significa essa palavra em sua essência.

Empregabilidade, no sentido comum é profissionalmente manter-se em uma posição onde outros players do mercado te vejam e se lembrem de você quando uma vaga surgir em seus quadros funcionais. Ou seja, é ficar com a cara na janela, é não ser esquecido pelo mercado.

Mas, aqueles que se fiam apenas no significado popular, comum, dessa palavra ignoram de forma solene, o cunho neo-político que ela tem sobre o homo sapiens corporativus. Empregabilidade não é a capacidade de arrumar emprego rapidamente, é a capacidade única de não perder o emprego.

A pessoa com grande empregabilidade é aquela cujo esforço profissional permanece estritamente na linha do Princípio de Pareto. Ou seja, ele atende a 80% de tudo que lhe é pedido, não gera insatisfação, mas não cria atritos e não questiona nada do que lhe é pedido. Sua meta é manter o status quo!

É lógico que o lado “lembrem-se de mim no processo seletivo” é uma forma de garantir a empregabilidade, mas não é necessariamente a mesma do Pareto. Um está buscando uma situação melhor em outro lugar, de forma controlada e sem alarde para não correr o risco de perder o que já tem: “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”. O outro, acredito eu, corroído pelo medo de perder sua fonte de rendas e não ter com o que pagar suas contas, optou por uma posição mais segura: “Vou segurar esse pássaro com as duas mãos”.

O fato é que, do meu ponto de vista, as duas formas de “Garantia da Empregabilidade” resumem-se a um ponto único motivador dessa busca, a insatisfação com o trabalho, com a equipe, com o chefe e por que não, com o salário!

Empregabilidade, pra mim, deveria significar:

Ser reconhecido no mercado como um bom profissional, realizador de suas tarefas com capricho e críticas necessários para o crescimento da equipe e o seu próprio.

Mas é fato, e agora eu consigo entender isso com clareza, que os gerentes de uma forma geral não compreenderam aquilo que já falamos há alguns posts, negócios são feitos com pessoas e por pessoas. Não adianta capacitar outros profissionais ou ter bancos de curricula como se fossem peças de reposição de um fusca 69, se o problema é no bloco do motor, vai quebrar outra vez!

Vá arrumar o bloco antes de re-conectar os periféricos.

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Confúcio...

Segundo Confúcio a única coisa que devemos temer é o medo em si e nada mais.

Esse ensinamento ocorreu-me ao final do ano passado (2006) quando eu lia diversas publicações sobre as metas e o cumprimento do planejamento de empresas e empreendedores. Nessa ocasião questionei-me sobre o fracasso e consequentemente, o MEDO.

O medo é o pai da ansiedade e da paralisia. É ele quem nos faz sentir os pés pesados e o ânimo abatido. Mas é ele também quem nos controla e faz pensar antes de tomarmos algumas atitudes. Quanto maior a responsabilidade da pessoa, maior seu refreio frente ao medo. É comum ouvir que empreendedor é aquela pessoa cuja coragem para inovar e arriscar não tem limites. Na minha opinião, esse é o idiota!

O empreendedor é a pessoa capaz de lidar com o próprio medo, domá-lo e canalizá-lo para benefício próprio. Empreendedor não dá um passo sem saber que o chão a frente é firme, ou ao menos sem ter algum indicador de que há chão à frente.

Empreendedores de sucesso tomam decisões que impactam dezenas ou centenas de famílias (empregos diretos). Só os irresponsáveis deixam de pensar no “e se der errado?”.

Já falamos sobre isso algumas vezes, estamos todos no mercado visando o lucro. Quem mora alugado quer comprar casa própria, quem está noivo quer casar e quem já casou quer filho (ou amante, varia de caso a caso). Não conheço empreendedor que saia por aí jogando dinheiro fora sem querer algo em troca, você conhece? Responsabilidade social tem retorno positivo para a imagem da empresa frente a comunidade e ainda é dedutível do IR.

O Medo é também um dos muitos pais da valorização, é ele quem nos faz vender dificuldade para a realização de tarefas (medo de não conseguir fazer). É ele quem nos faz alardear a virada de noite (medo de não ser reconhecido). É ele que nos faz executar coisas que não gostamos ou a aceitar situações que contradizem promessas que nos foram feitas (medo de perder o emprego).

Pense um pouco nas ocasiões em que você, voluntariamente ou não, fez uso da valorização. Vá a fundo e veja se o que te motivou, lá na raiz, não foi o medo de alguma coisa ou da reação de alguém. Lembre-se que a valorização é frequente no meio corporativo, mas há splashes em nossa vida pessoal em que ela aparece.

Que tal experimentar domar seus medos? Enfrentá-los de peito aberto e convertê-lo em algo produtivo pró-vida?

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Maturidade e Profissionalismo

Maturidade e Profissionalismo, por muito que pareçam, não são a mesma coisa e tão pouco desenvolvem-se em conjunto de forma estrita.

Maturidade eu acredito, tem muito a ver com o desenvolvimento pessoal, a experiência de vida - e claro que a vida profissional ajuda - e a personalidade de cada pessoa. Profissionalismo faz parte da maturidade da pessoa, mas ao contrário do que se prega no mundo corporativo atualmente, profissionalismo não é sinônimo de maturidade. É possível encontrarmos pessoas muito maduras que são maus profissionais e vice-versa.

O profissional é aquele que executa suas tarefas com corretude e qualidade, atende a prazos e demonstra postura correta no ambiente de trabalho. Entretanto, uma pessoa cheia de profissionalismo, pode ser bastante imatura e não saber lidar, por exemplo, com críticas ou conflitos. Em geral ele tem reações emocionais beirando a raiva (cuidado eles podem ser violentos!) e tendem a evolver-se calorosamente em debates infrutíferos. Ah sim, não confundir imaturidade com um ímpeto de raiva gerado por frustrações ou problemas pessoais (lembre-se do último post, negócios são pessoais).

Deixe-me dar o exemplo de um colega.

Há algum tempo ele me escreveu um e-mail reclamando, efusivamente, do que eu havia escrito sobre ele aqui no blog (mesmo eu não tendo citado seu nome! Vocês sabem que eu cuido de preservar a identidade de meus colaboradores involuntários, não é?!?) e estendeu sua reclamação ao post de natal que deixei... Quem reclama de uma mensagem de Natal?

Detalhe, o post (não o de Natal, mas o outro) tratou de ações e falas realizadas e proferidas por que foram utilizadas com o intuito de exemplificar algo que, de fato, acontece com frequência no teatro corporativo.

Uma amiga, que tem se mostrado uma fã enrustida do blog, relembrou-me de uma afirmação bastante válida: O mundo corporativo é um teatro onde cada um de nós representa seu papel da melhor forma possível.

Pensem um pouco sobre consultores, vendedores, gerentes de conta e tantos outros cargos...

A personificação que se apresenta no "horário comercial" pode ser completamente disjunta da pessoa que vive o mundo real. Alias, é para isso que esse blog existe, para retratar o ridículo do comportamento humano no ambiente corporativo, não pretendo encerrar a teatralidade corporativa©, isso seria um esforço demasiado para um estudioso da valorização como eu :-).

O que faço (ou pretendo fazer), não é muito diferente daquilo que faz Scott Adams com as tiras do Dilbert que eu não canso de usar como referência.

Aproveitando, fica mais uma de presente:
Dilbert Rules

Entendam esse blog como um indicador de coisas que fazemos (é, eu também faço) e que estão erradas (ou pelo menos deveriam ser feitas com menos freqüência). E tomem essas indicações como guias de auto-reflexão para seu próprio amadurecimento.

Amadureçamos, tragamos para o mundo corporativo o que há de bom em nossos "eus" reais e deixemos a teatralidade (símbolo de profissionalismo) para os atores de verdade.

Ops, por que será que aqueles que performam ações, na UML, são chamados de atores?

quinta-feira, janeiro 11, 2007

The Wall Street Journal (WSJ)

Parece piada, mas eu nunca fui fã do WSJ até que, recentemente, resolvi adicioná-lo aos meus feeds. Já de cara gostei de um artigo que trata das ferramentas de comunicação moderna. O autor valoriza a incrível capacidade que Genghis Khan teve de governar metade do mundo conhecido usando apenas bandeiras e homens a cavalo. E questiona como as empresa globalizadas, com todas essas ferramentas de comunicação modernas, conseguem fazer um trabalho tão porco?

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Ele discorre sobre o assunto do mal uso das ferramentas de comunicação e de como nós não nos dedicamos a realmente aprender a utilizá-las acreditando que alguém, lá de TI, vai saber usar para nos ensinar. Só que lá em TI a turma que “sabe usar” espera que você siga os mandamentos do amigo KreK, RTFM! Alguns gerentes, ainda, acreditam que contratando pessoas novas (jovens) eles terão mais facilidade no uso dessas ferramentas, afinal, “essa geração nasceu on-line”.

O seguinte ponto foi levantado: se e-mails trafegam pelo “ar” a velocidade da luz e nossos cérebros e dedos não conseguem trabalhar em velocidade semelhante (nem de perto, diga-se de passagem!), como dar conta de eventos que passam a ser medidos em milisegundos? Como saber se você deve responder aquela mensagem que acabou de receber? Vai que após apertar o SEND, alguma coisa que muda tudo acontece e você fica com cara de idiota?!

Então o amigo autor postula algumas sugestões de como utilizar as ferramentas de comunicação moderna que, prontamente, recordaram-me um e-mail que recebi há tempos como regras claras da boa utilização do e-mail (quem deve estar no campo To:, no Cc:, como preencher o Subject: entre tantas outras dicas), vejamos as sugestões do amigo autor:

  1. O fato de que você PODE responder uma mensagens em segundos, não quer dizer que você DEVA;
  2. Se você insiste que a pessoa deve estar disponível 24x7 para lhe atender, rapidamente você começará a receber respostas mal humoradas, principalmente aquelas enviadas remotamente do saguão do aeroporto;
  3. Quanto mais impessoal for o meio de comunicação, mais importantes são os detalhes de humanidade que devemos importe a ele. E isso não acontece por acaso, precisa ser pensado!
  4. Nada – ainda mais se criado pelo Homem – deixou de ser utilizado para o mal da mesma forma que foi utilizado para o bem, fique atento!

A pergunta final do texto, é óbvio que eu só peguei as partes mais baratas para tratar aqui, e que foi aquela que me “conquistou”: PRA QUE NOS DERAM O CAPS LOCK SE NÃO DEVEMOS UTILIZÁ-LA AO DESTACAR UM PONTO?

O autor descorreu profundamente sobre o impacto da "impersonalização" da comunicação com o uso do e-mail e instant messaging e reforça que pesquisas realizadas nos últimos anos mostram que o contato pessoal (por telefone ou em reuniões) torna as negociações menos áridas e o BATNA mais fácil de ser atingido.

Um complemento meu ao artigo do WSJ:

Senhores gerentes e líderes, lembrem-se que fazer negócios é uma questão pessoal. Você depende do bom humor, da motivação e da dedicação das pessoas que compõem sua equipe para atingir as metas e ganhar dinheiro (não é disso que você está atrás?).

Colaboradores infelizes (e eu não estou falando só de ambiente de trabalho e salário) não se dedicam plenamente a suas tarefas, não ficam motivados com os desafios. Não é falta de vontade ou má gestão/liderança, o cara simplesmente está com problemas em casa e não consegue pensar em outra coisa.

Gerentes controlem seus ímpetos de fúria, um ataque de raiva ou frustração vindo do nível hierárquico superior, na verdade de qualquer nível, atrapalha ainda mais o trabalho da turma e, com isso, sua raiva ou frustração vai aumentar, o efeito negativo do próximo ataque será ainda mais destrutivo e lá vamos nós ladeira abaixo.

Por que eu estou falando isso, por que não adianta nada dar um berro dizendo que está uma M.... que é falta de profissionalismo, que precisa ter mais atenção ao que se faz, etc e etc e 30 min. depois enviar um e-mail ou chamara a equipe para uma reunião de damage control.

Alias, reuniões de damage control em geral são pura valorização.

Uma boa política que deixo como sugestão é: “Em lugar de controlar os estragos, que tal não estragar as coisas?

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Happy Hour

Para encerrar a seqüência de atitudes valorizatórias de fim de ano, falemos brevemente dos eventos dos diversos eventos que são realizadas para reunir clientes e parceiros e festejar as realizações do ano que se encerra. Basicamente, são eventos para valorizar a relação com os clientes, os parceiros e o ano que está se encerrando.

No ímpeto de manter contato com alguns amigos, atendi a um happy hour de fim de ano de uma empresa, ao qual não fui convidado (manja penetra?). No evento, encontrei com pessoas com as quais não falava há mais de ano (isso não pode acontecer!) e conheci pessoas que, espero, tornem-se amigos daqui por diante.

O Happy Hour foi, digamos, uma vitrine de valorizações. O evento começara por volta de 20h30min e pouco depois das 22 levanta-se o primeiro valorizador e, com a formalidade que lhe é devida, alardeia: "Senhores, boa noite, vejo vocês no trabalho amanhã." Inicialmente, como a figura estava acompanhado de sua namorada, pensamos com nossos botões (alguns comentaram em voz alta até): "É, ele tem coisa melhor a fazer do que ficar aqui com esse monte de macho bêbado...".

Foi então que um dos bebuns ali presentes, fez a pergunta mortal: "Ué, mas já vai?"

Para perguntas com essa, há sempre uma resposta valorizatória e outra simplese direta. Ele poderia ter respondido: "É, vou sim, nos vemos amanhã." ou qualquer coisa parecida com isso.

Pausa para respirar... Muita calma nessa hora! Bola levantada na linha de 3 metros, atacante vem do fundo para cortar e...

"É, tenho que trabalhar ainda!"

Naquele momento eu, já bêbado, pois bebia com o amigo Funny desde as 19h, vi a luz! Fora um momento de valorização gratuita e, obviamente, desnecessária. Fiquei sóbrio!

Olhei para o amigo e leitor deste blog que estava a minha frente e disse: "Ele vai por blog!", acho que ele não acreditou em mim e aqui estamos, vamos analisar essa valorizada clássica.

O Contexto

Estávamos todos juntos em um ambiente de bar, acho que ninguém falava de coisa séria. Afinal, avistamos uma morena que já havia tirado o fôlego de quase todos na mesa e a aposta para quem chegaria nela ainda não tinha vencedor (e daí que o namorado a acompanhava, 100 dólares pagam os curativos, não paga?). Todos na mesa conheciam-se, a maioria trabalhava junto ou era cliente da empresa que promovia o evento, ou seja, estávamos todos em casa.

A Valorizada

Não vou nem duvidar que o cara realmente tivesse trabalho a fazer – isso seria muito deselegante da minha parte – entretanto, ao alardear que estava se ausentando para ir trabalhar, a mensagem que ficou foi algo como: "Estão vendo como eu sou dedicado e esforçado?", tanto pior, pois o gerente da figura estava à mesa conosco e, foi o primeiro a dar-lhe uma zoada.

No final das contas decobri que o "trabalho" em questão era fazer social com o diretor cuja festa de aniversário era naquela noite, mas mesmo assim...