quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Estilos de Gerência

Nesses últimos tempos tenho conversado com diversas pessoas e nas últimas semanas deparei-me com um conflito de estilos de gerência que me fez pensar. Dois amigos que trabalham juntos estavam se “estranhando” profissionalmente. Achei aquilo muito estranho. Como é que pessoas que são amigos na vida podem não se dar bem quando em suas versões “homus corporativus”?

Analisando a razão do desentendimento, percebi que, na verdade, o atrito entre eles surgia por duas razões, seus valores e crenças pessoais e seus estilos próprios de gerência. Acho que o atrito ocorre por falta de tolerância. Na verdade tolerância é o que falta na maioria dos geradores de conflitos.

O mais interessante é que pensando sobre estilos de gerência, cheguei à conclusão de que não há um estilo certo. Alias nada que envolve relações humanas tem o direito de ter resposta única - prova disso é o volume de soluções diferentes postadas pelo “Pedrão Frenético” no último post. Identifiquei 4 tipos de gerência que, no meu entender delineiam o comportamento macro de qualquer gerente:

Direcionador: É o gerente que diz o que, como e quando uma coisa deve ser feita. Basicamente é o estilo Sargento Azul de gerenciar.

Apoiador: É o estilo do gerente bom ouvinte, motivador e encorajador. É o cara que busca a compreensão de como sua equipe está se sentido e dá um feedback construtivo a eles (individualmente)

Treinador: É um misto dos dois estilos acima, exige um excelente diálogo entre o gerente e a equipe e ajuda no desenvolvimento das qualidades dos membros da equipe.

Delegador: Esse é o gerente que dá liberdade de trabalho para sua equipe. Delega as tarefas a serem realizadas e faz o acompanhamento da evolução do trabalho.

O bom gerente, no meu ponto de vista. É aquele que sabe o momento certo de utilizar cada um dos estilos em prol de garantir mais do que o cumprimento de prazos, mas a satisfação de sua equipe com o emprego ou trabalho que está realizando. Por exemplo: de que adianta ser um gerente Direcionador se a equipe está desmotivada ou insegura sobre a capacidade de atingir o resultado esperado? Nesse caso é preciso fazer uso do estilo Apoiador, suportar a equipe, trabalhar lado a lado com eles, ouvir o que eles têm a dizer e responder com honestidade.

Se um membro de sua equipe não está demonstrando o crescimento em determinada área e você, como gerente, precisa desse desenvolvimento, então seja um gerente Treinador e auxilie-o no desenvolvimento daquela qualidade. Se você não tem segurança da sua capacidade de agir como Treinador e desenvolver essa característica, busque alguém que se sinta confortável em fazê-lo. Pode mesmo ser outra pessoa de sua equipe, o seu papel de gerente é identificar a necessidade ou problema e resolvê-lo.

Quando você, gerente, delegar uma tarefa, certifique-se que:

  • As expectativas quanto ao resultado esperado foram deixadas claras;
  • Há acordo entre você e sua equipe quando ao escopo e natureza da tarefa;
  • Os prazos estão combinados (não é aceitos, é combinados);
  • Os problemas que podem surgir durante a execução da tarefa já têm solução pré-definida;

Você escolheu a pessoa certa para cada tarefa delegada. Durante a execução de um projeto, delegue aquilo que a pessoa sabe fazer. O aprendizado deve ser obtido em trabalho de equipe.
Um ponto importante e que não pode ser esquecido, é que gerência e liderança não é a mesma coisa. Pode ser que caminhem juntas em algumas situações. Ou seja, se você identifica o perfil de liderança em alguém na sua equipe, isso não quer dizer que ele esteja pronto para se tornar um gerente.

Se você quiser desenvolver as qualidades de gerente em uma pessoa, antes de começar, pergunte-a se está nos seus objetivos de vida tornar-se um gerente. Às vezes a pessoa pode querer ser apenas um braço produtivo de alta qualidade. Nem todo mundo se motiva pelo aumento salário como você pode estar imaginando.

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