quinta-feira, agosto 31, 2006

Valorizar ou Calar

Pois é, eu fiquei o dia todo pensando em sobre o que escrever hoje, realmente estava bem complicado de achar o post do dia. Já estava triste por não ter assunto, não queria valorizar simplesmente por valorizar, é importante ter conteúdo. Foi então que o cotidiano da empresa revelou-se promissor mais uma vez.

Há vezes em que é melhor calar do que valorizar. Você não acredita que eu pense isso?

Mas é verdade! Olhe o que aconteceu por aqui desde o lançamento desse blog (há 2 dias) todo mundo começou a valorizar e a querer mostrar serviço... todo mundo quer aparecer no Blog, e olha que eu só tenho 4 ou 5 leitores!

O que começou a me incomodar é que o objetivo aqui não é valorizar a valorização (ops!), na verdade, eu nem sei direito qual o objetivo aqui. Certamente não é estimular que todos valorizem tudo.

Como eu disse no primeiro post a Valorização é uma ferramenta de estímulo e motivação (ou auto-afirmação, depende do freguês), mas é preciso ter coisas concretas para valorizar, não pode sair por aí valorizando vento! Tanto pior é quando o sujeito valoriza o que não é pra ser valorizado.

O título desse blog já diz tudo, “A Arte da Valorização”, valorizar é uma arte e demanda dedicação, atenção e cuidado. Analisemos uma situação hipotética: duas pessoas discutem sobre um assunto de trabalho qualquer, nitidamente a discussão está improdutiva e tende a se estender por horas (todo mundo que trabalha passa por isso volta e meia).

As pessoas envolvidas na argumentação (pra não dizer briga) tendem a não conseguir achar o caminho de saída e, mesmo sem perceber, precisam da ajuda de um 3º interlocutor (mediador). Esse por sua vez precisa ser malandro o suficiente para dar um toque sutil em um dos dois brigões e convergir o papo para algo produtivo (e que de preferência termine).

O mediador não pode ser valorizado publicamente pelo toque sutil que deu, principalmente por uma pessoa de fora da situação. Ao fazer isso, a pessoa que não recebeu o toque pode se sentir preterida e, numa próxima oportunidade, o mediador pode não ter sucesso com o toque.

O sr. Presidente há pouco tempo me chamou prum papo informal e mandou a letra (vou valorizar o chefe pra ver se rola um aumento):

Antes de falar (valorizar) pense se vai agregar e fazer as pessoas trabalharem mais (é o conceito básico da valorização, ele tá aprendendo) senão, fique quieto!

quarta-feira, agosto 30, 2006

Efeito viral ou frenesi de lançamento?

O post de ontem causou uma comoção como eu não esperava. Vejam só que em termos de comments tivemos um aumento de 50% da base de leitores. Fantástico desempenho, diria o Nobre Correligionário.

Fiquei surpreso ao chegar no escritório hoje e ver o João fazendo o trabalho de RP mostrando o Blog para todos que passavam por sua máquina de trabalho, valeu João! Seguindo o dia, comecei a observar situações de valorização que aconteceram durante o dia.

Falemos dessas situações e de seus protagonistas, serão nossos casos de estudo do dia:

Caso 1: O presidente

O bom presidente tem um viés motivacional forte, é o líder nato que cuida de manter toda a turma focada em resultados e motivadas para dar aquela “pedalada”.

Nosso presidente não é diferente, está sempre olhando os trabalhos realizados, valorizando o empenho da pessoa e apontando pontos de melhoria. Ontem por exemplo, ele falava com o Morais (eu observava, já pensando no blog!): Morais, você que é um cara que faz as coisas acontecerem!

Não quis nem ouvir o resto, essa foi uma valorizada gratuita. Deixe-me tentar explicar uma coisa, há regras imutáveis no comportamento humano, não importa geração ou idade. E é numa dessas regras que o Presidente se enquadrou.

Vejam só, vocês já viram alguma criança chegar para o pai e dizer: “Papaizinho do meu coração!” e não estar querendo alguma coisa que normalmente o pai proibiria? Esse caminho que o Presidente seguiu, foi o clássico “carinho antes do tapa”. Pena do Morais!

Caso 2: Tecnologia fez Bonito

A equipe de negócios (da qual faço parte) recebeu um e-mail vindo da equipe de TI informando que um novo site de medidores das nossas plataformas e produtos estava pronto. O remetente do e-mail tomou o cuidado de citar nominalmente as pessoas que participaram desse projeto. Tomando como base o post de ontem, esse é o tipo 1 de valorização: motivação de equipe, casada com o tipo 2 mostrar o trabalho feito.

Caso 3: João tá aprendendo

Em uma mudança simples feita em um produto no início desse mês, tivemos um aumento de aproximadamente 50% no resultado desse produto. No seu report diário, o João (lembre-se, esse é um pseudônimo que não guarda vínculos com o nome real da pessoa) cuidou de destacar carinhosamente esse fato.

Faltou valorizar a equipe que fez a mudança e o gerente de produtos (que não era o João) que fez o pedido dessa mudança.

Mas ele não deixou de valorizar o chefe, né João?!

Enfim, não sei se foi o efeito de ter iniciado esse blog que aumentou minha percepção ou se foi a leitura do blog que gerou uma comoção maior, mas o fato é que tá todo mundo valorizando o dia todo! Até nos comments do post de ontem, só tem valorização...

Valorizando uma Vida!

Almoçamos hoje, eu e dois colegas de trabalho, para manter suas privacidades preservadas, vou chama-los de Morais e João. Após a refeição, passeávamos pelo shopping até entrar em uma livraria, dessas grandes, vimos o novo livro do Roberto Justus (isso, aquele do Aprendiz brasileiro).

O livro, chamado "Construindo uma Vida" fala, de sua trajetória profissional e tal e coisa, na verdade, não vem ao caso! O fato é que esse livro foi a inspiração para meus colegas que prontamente (e valorizando) disseram: “Edu, você precisa escrever um livro sobre valorização!”.

Livro nada, afinal, sou um nerd viciado em tecnologia e como tal, tenho que escrever um Blog! Então, aqui estamos, escrevendo um Blog sobre valorização!

O que é valorização, bem, deixe-me tentar explicar do que se trata:

  1. Para alguns valorizar é uma parte importante do processo motivacional em uma organização;
  2. Para outros é apenas um subterfúgio utilizado por pessoas que precisam mostrar o que fazem;
  3. E em último caso, é a atitude de vender dificuldade nas tarefas que devem desempenhar.

Pra mim, é um pouco de todas essas coisas!

Por que o pessoal diz que eu sou o mestre da valorização? Ora, por que eu valorizo! Por que eu não consigo ver um trabalho bem feito e não elogiar. Por que eu não consigo ver um prazo apertado e não mandar um e-mail para tentar motivar a equipe e, principalmente, por que quando eu faço alguma coisa direito, eu gosto de mostrar pra todo mundo ;D

Bem, começamos! Acredito que por hora, meus 2 leitores e fieis motivadores (Morais e João) devem passar por aqui.

Leu? Deixe seu comentário, valoriza!