domingo, setembro 24, 2006

Os Enrustidos

Em meio a competição pró-valorização que assolou a empresa após a criação desse blog, tenho tomado o cuidado de, discretamente, perceber as atitudes e comportamentos de algumas pessoas. Principalmente aquelas que ocupam cargos de liderança (líder é aquele que valoriza o outro por ter executado aquilo que ele deveria ter feito) e me deparei com um tipo diferente de valorizador.

Interessante isso, né?! Depois de tanto tempo, eis que me surge um novo modo de valorização, o valorizador que não valoriza. Quando deparei-me com esse “perfil” fiquei tão intrigado que acabei questionando minha própria observação. Ora, como é possível valorizar sem valorizar?!

Enfim, revalidei meus conceitos uma vez (ou menos) e confirmei o que observara, há o valorizador que não valoriza, e digo mais, eles são os melhores! Vamos falar um pouco das pessoas que valorizam sem valorizar, os enrustidos.

O enrustido é aquele cara que ta sempre atento ao que rola no ambiente de trabalho (sala, equipe, empresa, etc.). Fica com as antenas ligadas captando as vibrações do ambiente no intuito de, segundo ele, contribuir positivamente para o sucesso do negócio. Em geral buscam centralizar controles e cobranças, responsabilizam-se voluntariamente pela preparação de atas de reunião.

Questão de Ordem:

quem você conhece que, em sã consciência, pede para ser o responsável pela ata da reunião? Pois é, foi o que eu pensei, alguém que está querendo ser valorizado (e já se valorizando)!

O enrustido, nunca usa as expressões clássicas de valorização tais como:
  • Quem é o melhor?!
  • Já bati minha meta desse mês! (sendo dia 1º!)
  • Se continuar nesse ritmo, vou carregar a empresa nas costas esse ano!
  • Eu te disse que isso ia acontecer!
  • Presta atenção, deixa eu te ensinar!
  • Ouve o que eu to falando!
O enrustido gosta muito de frases como:
  • Eu não valorizo!
  • Odeio essa palhaçada de valorização, só atrapalha o trabalho.

Pros meus 5 leitores, essas frases são auto-explicativas, certo? Mas para os outros eu vou explicar:

Eu não Valorizo!

Pára! Não mete essa! Todo mundo valoriza. Nem que seja pra pegar mulher! É da natureza do ser humano, valorizar e querer ser valorizado.

Você pode não valorizar deliberadamente de caso pensado como nós, digo, eles, os profissionais fazem.

O simples fato de declarar que não valoriza, é valorizar, entende? Não? Azar!

Odeio essa palhaçada de valorização, só atrapalha o trabalho

Como diria a Olivia, ganhou a rodada!

Nos termos do João, Troféu Joinha!

Diz pra mim Sr. Enrustido, por que você daria uma declaração dessas se não fosse para, mesmo que inconscientemente (leiam Freud!) declarar que a valorização dos outros está atrapalhando seu trabalho e deixar, automaticamente, subentendido que sua pilha de trabalho está enorme!

Duvido que você diga uma coisa dessas quando estiver sendo valorizado!

Não vamos criticar os enrustidos, uma hora dessas, eles saem do armário! Quero ver, um deles sendo apontado durante a reunião da mesma forma que os profissionais vem sendo!

PS: Sigo aguardando indicações para o post dos famosos!

quarta-feira, setembro 13, 2006

Em todos os escalões...

Pois é, nos ficamos aqui falando de valorização nos escalões mais elevados da empresa (diretores), nos níveis medianos (analistas, coordenadores) e hoje eu fui tomado de assalto por uma revelação, há valorização também no chão de fábrica...

Isso aí, peão também valoriza. E não é pouco não!

Vamos a mais um estudo de caso:

Entrei na copa aqui da empresa hoje a tarde e me deparei com a moça que cuida da limpeza, do café e do mate da galera se deliciando com um misto quente provido pelo nosso boy (empreendedor nato, está juntando um troco pra comprar um terreninho e construir sua casa). Interpelei-a em tom de brincadeira:

– Ê Dona Ivone, até você mandando ver no misto do Leo, hein! – qual não foi minha surpresa quando de pronto veio a resposta:

– É que não deu tempo de almoçar hoje Edu!

Fiquei passado, chocado mesmo! Ou o vírus valorizatório que se alastrou pela empresa desde o lançamento desse blog é altamente contagioso, ou a valorização é como o Brizola (in memorian), popular e controversa.

Minha avó era brizolista. Coitado do Brizola, morreu achando que ia descansar e minha avó foi pra lá atrás dele... Coincidência eles terem morrido no mesmo ano? DUVIDO!

Deixemos minha avó fora disso e voltemos pro assunto em pauta.

Já havia começado a escrever esse post quando me deparei com uma das cenas mais insólitas. O presidente da empresa dá um grito (pra não dizer berro) da mesa dele (o ambiente aqui é estilo open-space – nome chique pra galpão) avisando que o diretor financeiro valorizou e tinha que vir pro blog.

Só queria entender quem foi que disse pro presidente, que esse blog aqui é prêmio (ou castigo) pra quem valoriza? Se liga presidente!

Mas como eu sou justo... Mais um case, vou deixar pros meus leitores identificarem o protagonista da história:

Ontem eu cheguei um pouco mais tarde no escritório (as razões ainda não cabem aqui!) e já era hora do almoço (coisa de 13 ou 14 horas – é cheguei tarde pra cacete, me deixa!). Nesse momento, testemunhei uma argumentação entre um dos executivos da empresa e as 3 meninas do administrativo financeiro, a discussão corria em torno de comer ou não no Mc Donald’s.

A argumentação do executivo ia na linha da saúde, emagrecimento e tudo mais (papo de rato de academia, playboy com personal trainner, sabe como?). As meninas, pedindo pro cara largar do pé delas, mandaram de cara logo: “Nos deixe comer Mac que nós te deixamos fumar em paz, ok?”.

Cadê a valorização nessa história? Não tem, mas eu achei legal fazer uma menção honrosa contra o tabagismo! Serviço de utilidade pública by Edu.

Agora eu preciso da ajuda de vocês, meus leitores fiéis, quero fazer um post sobre celebridades valorizadoras, por hora eu já tenho: Galvão Bueno e Michael Schumacher (é assim que escreve?). Coloquem suas sugestões nos comments, OK?

Obrigado!

terça-feira, setembro 12, 2006

ValoriPintão...

Vejam só essa notícia, contribuição do Morais direto do site do Terra Notícias:

Mulher decepa pênis de marido para colocá-lo em conserva

Terça, 12 de setembro de 2006, 13h39

Últimas de Quentinhas

Uma mulher alemã decepou o pênis de seu marido recém falecido para colocá-lo em conserva como lembrança do seu casamento. Uta Schneider, 65 anos, usou um cutelo para retirar o membro do marido, Heinrich, 68 anos, dentro do hospital de Stuttgart, de acordo com o The Sun.

Ela enrolou o membro em papel alumínio e o colocou dentro de uma marmita para levá-lo para casa. Quando estava de saída a mulher foi parada por uma enfermeira e presa. Uta, casada com Heinrich há 35 anos, é acusada de mutilação.

Depois de presa, Uta declarou que "era o melhor dote de Heinrich e me dava muito prazer. Eu queria colocá-lo em conserva para a eternidade, ele teria gostado. Nós o chamávamos de joystick. Eu queria lembrar de meu marido ao ver o seu membro."

Vocês entendem que trata-se de um caso clássico de valorização, certo?! Isso, a dona tá valorizando o pinto do falecido... lógico!

Tem uma piada antiga (Ary Toledo contava) que falava de uma velhota que todo dia ia ao cemitério fazer xixi na cova do finado marido Interpelada pelo zelador do cemitério ela respondeu: “Ô meu filho, cada um chora por onde sente saudades...

É o mesmo caso, não é? Lógico que é! A diferença é que a alemã da notícia queria algo mais “visual”. Só fiquei na dúvida se ela viria a utilizar o souvenir no playstation do filho, será? E se ela o fizer, qual será o jogo que ela vai por no console? Há quem aposte que seria o bom e velho Decatlon do Atari. Visualiza...


Uma dúvida, e se o cara não estivesse realmente morto? Dizem por aí que há um estado de coma (acho que é coma) que sem o cuidado adequado, pode-se diagnosticar a morte do paciente, só que ele continua vivo! Imagina o sujeito ser acordado pela esposa cortando-lhe o pinto? Se não tinha morrido, morreria na hora.

Internet é uma ferramenta incrível de valorização, né? É ela quem nos permite acesso a exemplos fantásticos (e insólitos) como essa da dona Uta Schneider. Alias, eu conheço um Schneider, será que é o neto dela? Vou perguntar.

Falando em perguntas, Morais, por que você anda lendo notícias sobre o pinto dos outros?

segunda-feira, setembro 11, 2006

É um sucesso!

Eu não canso de ler os comentários que meus 4 leitores têm deixado aqui no blog. Não canso de ouvir a galera aqui na empresa tomando nota e me passando post-its com atos valorizatórios de terceiros.

O sucesso do blog, dentro desse nosso universo finito de amigos e companheiros de trabalho é indiscutível. O marco principal e fundamental que comprova esse sucesso é um comentário que recebi no último post. Até os clientes da empresa já acessam o blog! Valeu Rê! Continue fiel e conforme o público leitor na sua empresa crescer, você poderá postar comigo aqui no blog, mantendo sempre a regra de discrição e sigilo quanto as identidades.

Bajulações a parte (é importante valorizar o cliente, vocês sabem!), vamos ao assunto de hoje: Valorização!

Já fiz uma lista de valorizações a serem discutidas por aqui, deixei anotado num papel lá em casa, aos poucos vou trazendo pra cá e compartilho com vocês. Hoje falarei dos efeitos valorizatórios da mídia.

É pois, é, há alguém ou alguma coisa no mundo que valorize mais do que a mídia? Lógico que não! Vejam só, por questões de trabalho eu estive estudando duas redes de notícias americanas, a CNN e a Fox News. Tentando entender o sucesso da primeira (que ganha dinheiro quando há guerra) e da segunda (que não tem qualquer consideração ou preocupação com a investigação e acata o conteúdo enviado pela audiência).

Qual não foi minha surpresa quando descobri que o sucesso das duas é devido a valorização. Vejam só:

CNN: quando o exército americano invade algum país (Iraque, KWait, etc) essa rede de TV fatura absurdos e se torna a rede de maior audiência nos EUA. E não é só por que o povo americano goste de guerra (discutiremos isso outra hora!), mas eles gostam do espetáculo que a CNN proporciona em torno da guerra. Pra quem assiste, parece filme do Rambo (Rambo XXV – Invadindo Bagdad) sem a cara torta do Stalone! É um show de imagens e cobertura com os repórteres de capacete e colete no meio de escombros, etc e etc! Em resumo, os caras fazem sucesso por que eles fazem a valorização do jornalismo verdade. Se um repórter deles morrer fazendo uma cobertura deles, vai ser o deleite dos produtores.

Fox News: o que falar de um canal de TV que publica qualquer porcaria que um telespectador fale? Tanto pior, que deixa um sujeito qualquer (pode ser mendigo ou empresário, não importa), falar o que quiser no ar? Eles próprios se satirizam, cinicamente revertem as críticas que recebem da concorrência e dos intelectuais americanos como se fossem autocríticas. O fato é que, pelo que se observar, esses caras não ligam muito pro conteúdo, o importante é valorizar a audiência. Valorizam tanto, que se você tentar criticá-los, será taxado de anti-americano e aí já viu, né? Vai parar na fogueira do lado do Bin Laden e do Fidel!

Mas não é só a mídia internacional que valoriza, no Brasil a regra é a mesma. A “coitada” da Juliana Paes foi flagrada sem calcinha em SP outro dia, eu não tava nem sabendo, até que ontem vendo a dança no gelo do Faustão (é eu vejo, acho muito maneiro) o gordo mandou logo: “Oh Juliana, quer dizer que vc vai lançar uma grife calcinhas!”. Quer dizer, tá todo mundo valorizando a perseguida da garota (eu tb valorizo a perseguida dela, não sou otário!)

Três idiotas aqui da empresa saíram numa foto grande num jornal importante ontem, desses 3 um era eu. Vejam só que absurdo, tem gente que não fala comigo há mais de ano e que, só por ter visto a foto, já mandou e-mail, escreveu no orkut e tal. Todo mundo me valorizando! Minha mãe guardou a foto pra mostrar pra família, tem valorização PIOR?

Mas valorização paternal é assunto pra outro post...

PS: Lógico que depois de aparecer no jornal eu ia dar uma valorizada, ou vocês acham que esse blog é só pra coisa séria?

terça-feira, setembro 05, 2006

Me dá que em 10 min eu faço!

O título do post de hoje é, em si, uma auto-valorização. É claro que depende do contexto em que é aplicada, mas em geral, quando essa frase surge em um discurso, é sinal de alguém acredita fielmente ter feito alguma coisa certa! Pode até não ser verdade, mas fé cada um tem a sua, certo?

Pois bem, vamos evitar citações nominais dessa vez, mas aqui pelas bandas da empresa (ops, ficou meio capiau essa frase!) essa e outras frases são relativamente comuns. Isso me fez pensar sobre onde mais as pessoas valorizam.

Estava eu malhando hoje (vai, pode zoar que eu não ligo!) e percebi o seguinte, professor de ginástica valoriza direto! Se você assistir uma aula de localizada ou qualquer dessas outras em turma, vai observar situações como:

Vamos lá fulano, não me abandone agora, já tá acabando!

Isso ciclano, tá perfeito!

Entre outras coisas. O professor lança mão da valorização para estimular e animar a turma.

É claro que a turma também valoriza, pra mostrar ao professor que está acompanhando, sentido-se motivada por ele e respondendo dando tudo de si. Daí surgem frases como:

Cacete, essa série foi sinistra!

C_r_lh_, isso não acaba?

Pra todo lugar que eu olho tem valorização. Começo a acreditar que valorizar é intrínseco da natureza humana, pelo menos do comportamento do homem moderno.

Já falamos das formas de valorização, mas não exploramos amplamente a razão da valorização. Por que as pessoas valorizam?

  1. Para reduzir a resistência de uma (ou mais) outra pessoa e obter, com mais facilidade aquilo que se deseja;
  2. Para estimular uma pessoa a executar uma tarefa de forma mais eficiente (velocidade + qualidade);
  3. Para autopromoção, destacando-se do grupo frente a uma pessoa especial;
  4. Para refutar a argumentação motivacional do item 2;

Eu não queria lançar mão de exemplos hoje, mas é mais forte do que eu...

Meu dia acabou, já estava me preparando para partir, tudo certo! Quando nada poderia acontecer que tornasse o dia ainda melhor, aparece na nossa sala o Marlboro (continuo mantendo a política de privacidade sobre os personagens) que despede-se dizendo: “Deixe-me ir antes que eu complete 12 horas aqui na empresa hoje!”.

Não satisfeito com o desempenho valorizatório de seu colega, o Cabral (corro o risco de perder o emprego!) lança na seqüência: “Mas não barra as 14 horas que fiquei aqui ontem!

Pronto, ganhou a rodada, chefe é chefe!

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