sexta-feira, agosto 31, 2007

CDC

Ah que saudades! Tinha tempo que eu não escrevia aqui no Blog, meus dois ou três leitores já estavam me cobrando um novo post. Pois bem, voltei!

Voltei motivado por eventos que transcendem de forma cooperativa a inexorabilidade da contribuição que este blog oferece ao universo corporativo e, em igual veemência, ao convívio social humano.

Dentro do prisma ubíquo e translúcido donde tenho observado os movimentos sócio-tecno-culturais recentes e, por que não, a busca incessante do homo sapiens por seu encontro face a um ambiente mutável e mutante, deparei-me com a afirmativa assertiva de um amigo que outrora demonstrara interesse na exploração e aprofundamento dos preceitos e conceitos que dão origem e embasam a teoria geral da valorização.

No contra fluxo do processo de definição dessas bases acabei por trazer a tona paradigmas que outrora fluíram à sociedade capitalista sócio-democrata e que, em verdade, talvez devessem ter permanecido a margem daquilo que busquei. Tivera eu concentrado-me no objeto e não no caminho talvez tais paradigmas permanecessem imersos e diluídos no cerne daquilo que rege o comportamento humano e que, em momento futuro tornar-se-á objeto de apreciação mútua de filósofos e humanistas.

De fato aqui estou! Em regresso de onde jamais parti. É no ímpeto de um sentimento confuso, data vênia, que retomo, daqui, aquilo que jamais foi deixado. Muito embora no afã do processo produtivo, tenha sido relegado a plano secundário.

Nesta tarde em que retomo meus afazeres nesta publicação, tive o feliz prazer de encontrar-me com pessoas da mais alta estirpe e gabarito. Um evento profissional que por fim, consolidou-se em um encontro daqueles que, há muito não estiveram juntos.

Nesta ocasião tão célebre, pudemos explorar algumas das razões que motivam pessoas comuns a produzirem, em recinto privado, situações que denigrem sua imagem e/ou personalidade. E em momento seguinte, darem razão a esta degradação tornando públicos os registros audiovisuáis de tais situações. Ora, questionávamos: se como objeto fim há objetivo de tornar público aquilo que a coragem, ou a desinibição, somente permite fazer em particular, será que a imagem gravada não é representação da pessoa que nela aparece? E em sendo, não deveria está ser tratada da mesma forma de sua exibição em vivo?

Concluímos, em consonância, que NÃO. A percepção do homo sapiens modernus, este que convive de forma plena com ambientes de comuna virtual e publicações livres (como esta pela qual sou responsável), desenvolveu em si uma capacidade única de desvínculo entre o ser e sua imagem. Assim auto confere-se o direito de explora-la conforme suas demandas e interesses pessoais ou profissionais.

Daí, somos remetidos a questões e situações passadas onde a comuna nos punha em posição jocosa, objeto de sátiras e reprimendas, sempre que, por vontade própria (consciente ou não), víamo-nos expostos ao ridículo. Hoje o ridículo das situações é tratado de forma célebre, feito heróico em alguns casos. O arquétipo da sociedade atual preconiza a busca da exposição por qualquer subterfúgio, uma situação onde o ser dá lugar ao parecer.

É nesse ambiente, onde a cultura de massa desemboca e alimenta-se, que a valorização encontra o preâmbulo de sua teoria. E, por assim dizer, serve como base para a criação de uma sociedade futura. Qual, senão este, é o futuro daquilo que construímos com fundações e fundamentos como os aqui descritos?