quarta-feira, dezembro 20, 2006

Feliz Natal!

É, chegou o Natal. Antigamente, nessa época, comemorava-se o nascimento de Jesus Cristo, filho de Deus enviado a Terra para nos salvar. Hoje em dia comemora-se a maravilhosa oportunidade de ganhar presente.

Não que isso seja ruim ou que eu pretenda discorrer sobre esse assunto ou travar uma batalha polemizando a respeito da falta de fé e da deturpação do Natal. Até parece que eu sou assim tão religioso! Já fui mais...

Resolvi aproveitar essa época para redigir um post comemorativo como mensagem natalina aos meus 5 (ou 6) leitores, sim, provavelmente eu fugirei ao tema central deste blog, mas acho que, excepcionalmente, vale a pena. Vamos a ela:

Então é Natal, e o ano novo já vem...

Essa doeu!

É, de fato, mais um ano está se encerrando! O Natal chegou e trazendo consigo o espírito de solidariedade e confraternização. O Reveillon que se aproxima promete pulos sobre ondinhas e promessas de realizações que, podem até não ser cumpridas, mas certamente não serão esquecidas.

Cada um de nós curte o Natal e a chegada do “bom velhinho” a sua própria maneira. Há os que preferem deitar-se no aconchego do lar, com uma boa refeição e deixar a noite passar sem muita euforia, em um momento de reflexão. Outros preferem festejar a data rodeados de bons amigos e familiares e há ainda aqueles que preferem nem lembrar que a data existe.

Esperança! É isso que há para aqueles cujo ano que se encerra foi repleto de tropeços e quedas. Esperança de um 2007 repleto de coisas boas, afinal, do chão não passa, não é verdade?

A todos vocês, meu amigos e queridos companheiros de jornada, Desejo que este natal seja feliz e que o próximo ano seja um marco de promessas cumpridas.

Feliz Natal e que 2007 seja tão maravilhoso para vocês quanto, estou certo, será para mim.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Advertising

É impressionante a capacidade e o investimento que se faz mundo a fora em propaganda. É fantástica a capacidade criativa das agências e a execução das peças publicitárias mais inusitadas. Recordo-me de uma propaganda da Phillips que foi veiculada há alguns anos (acho que eu ainda estava no início da faculdade), o comercial em seu laçamento foi veiculado simultaneamente em todos os canais de TV aberta e cobria todos os lançamentos das Phillips naquela ocasião. Lembro que eu, ingenuo, fiquei assistindo a toda a peça e me perguntando, que p* é essa?! Ainda hoje consigo lembrar de flashes daquela peça... só o fato de eu lembrar a marca já mostra que, em mim, aquele trabalho de branding funcionou bem pra caramba.

Por que eu estou falando disso? Ah sim, explico! Cheguei a São Paulo ontem a tarde para visitar os amigos e participar de alguns eventos de fim de ano, ações de relacionamento e algumas entrevistas de emprego, ao sair do aeroporto de Congonhas fiquei chocado ao ver toda a área de desembarque coberta por outdoors das novas TV HD das Sony, a Bravia. São outdoor vermelhos vivos com imagens das TVs e o slogan do produto "like.no.other". Sou fã da cultura japonesa e refém da qualidade dos produtos Sony (desde o meu walkman Sony Sport Amarelo lá nos idos de 1980), já visitei o site da marca para conhecer a linha Bravia e, por força do destino, encontrei a peça publicitária que a Sony tem veiculado no reino unido. Enquanto eu caminhava em direção taxi que me levaria ao Hotel, fiquei pensando, por que a Sony Brasil não está veiculando aquela peça aqui no Brasil? E comecei a comparar as sutil diferença do slogan britânico com o do brasileiro (mesmo em ingles). Lá eles usam "Colour like.no.other"...

Daí a cabeça começou a viajar longe demais e resolvi deixar isso de lado... durou 10 minutos (ou menos). Cheguei no hotel e tratei de procurar o YouTube propagandas anteriores da Sony veiculadas lá fora para ver o que eles tem feito. Aí achei essa peça antiga, assistam:

Bem feita, clara e comunicativa, certo? Agora vejam essa feita nas ruas de San Francisco:

Computação ou bolinhas de verdade? Eu acho que foi computação, mas às vezes fico em dúvida, o que você acha?

E por fim a peça do Bravia que eu achei fantástica!

Essa peça do Bravia, bem como a das ruas de San Francisco, foi trabalhada de forma majestosa pela equipe de marketing da Sony (e obviamente pela agência contratada por eles). Eles vêm tratando suas campanhas como os filmes de cinema são tratados, fazem teaser, lançam trailers, preparam os Behind the Scenes. Basicamente eles estão transformando o lançamento de suas peças publicitárias em grandes eventos e, na medida em que o fazem, reduzem problemas que a propaganda vem enfrentando que é o descaso dos consumidores. A peça do Bravia foi lançada na TV a meia noite (não sei o dia, não consegui descobrir) e, segundo pesquisas da Sony, houve pessoas que programaram seus DVRs para gravar o comercial! Quem sou eu pra criticar, eu salvei o arquivo na minha maquina! Junto com os comerciais da Pepsi com as estrelas do futebol e aquele das gladiadoras.

Parabéns aos publicitários que conseguiram, sem utilizar de recursos tecnológicos fantasiosos e mantendo o viés da mídia tradicional apoiada na internet, mudar o comportamento do consumidor. Para o pessoal do reino unido, as peças publicitárias da Sony são conteúdos relevantes, assim como são, os programas que assiste.

O BurgerKing (USA) fez algo similar, mas o texto já ficou grande demais e vou parar por aqui.

PS 1: Ah não reclamem que faltou falar valorização, eu valorizei o texto inteiro e vocês nem perceberam!
PS 2: Mile, consegui arrumar desculpa para colocar vídeos do YouTube num post :)
PS 3: Ah sim, o site da bravia é: http://www.bravia-advert.com/ assinem o RSS e divirtam-se

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Frases d’Efeito

Continuo eufórico com o resultado do planejamento estratégico que participei na semana passada. Fico recordando os momentos que tomaram aquele sábado de sol (graças a Deus o sol abriu e eu fui a praia ontem! Acho que vou hoje novamente). Todos sabem, e esse blog é prova cabal de que eu gosto de prestar atenção ao comportamento das pessoas e, com a convivência, tentar antecipar suas reações. Durante o planejamento estratégico me decidi (foi uma decisão estratégica, assim está condizente com o evento) vou, de forma análoga ao James C. Hunter, lançar “Como ser um Líder Valorizador”, é fato que já há alguns pontos soltos aqui no Blog, mas há mais a ser dito.

No evento pude perceber, muito rapidamente, aqueles que assumiram o papel de Líder Valorizadornão vou dar nome aos bois, pois, vocês sabem, tomo cuidado constante aqui no blog para não macular a imagem das pessoas, só de algumas! – não é que o Líder Valorizador seja aquele que se auto-valorize (embora ele o faça) ou que valorize seus “liderados” (também o faz) mas, em um evento como o de planejamento estratégico, o Líder Valorizador cuida de valorizar a presença e a importância da participação das pessoas que ali estão. Frases comuns desse líder são: “Vocês estão aqui, pois, suas contribuições e idéias ao longo desse ano foram consideradas muito importantes e relevantes!”; “Vamos Fulando, estamos sentindo falta de sua contribuição” por fim tem a clássica do bingo corporativo: “A participação de vocês ao longo desse último ano foi fundamental e agregou valor aos projetos nos quais estiveram envolvidos”.

Um bom Líder Valorizador cuida atenciosamente de oportunidades para indicar os nomminies do evento e ao primeiro sinal de participação, lá vem a frase “Muito bem colocado!” ou “É isso mesmo, você entendeu do que estamos falando! Agora, como vamos posicionar a empresa para explorarmos essa oportunidade?”. Corro o risco de ser leviano, mas será que, estando preocupado em oportunidades para valorizar os outros e suas respectivas participações, o Líder Valorizador não perde a oportunidade de, agregando seu ponto de vista e conhecimento, valorizar a si próprio? Mas segundo Mr. Hunter, ser líder é servir e valorizar ao próximo há de ser uma forma de servir, não?

É claro que nem só a participação das pessoas é considerada pelo Líder Valorizador, ele tende a considerar, também, as metas e compromissos estabelecidos para o ano seguinte. Nesse âmbito, a valorização vem em frases como: “Essa meta é aquela que conseguimos atingir sem esforço adicional, mas vamos perseguir uma meta maior!”.

Pausa!

Peraí reúne-se (sei lá!) 15 pessoas num sábado de sol por 11 horas, aproximadamente (ou valorizatoriamente), apresenta-se uma meta e no final diz que essa meta não é a meta, que a meta é outra meta, que não é a meta que foi dita como meta? Ah ta, entendi!

Play!

Já que o tema é motivação, deixo-os com o Dilbert mais uma vez!

Não cabe aqui no blog, clique para ler na integra!

terça-feira, novembro 28, 2006

Planejamento Estratégico

Acho que quase todo mundo já viu aquele filme Madagascar, se não viu, recomendo, é uma dessas novas animações pra adultos que a pirralhada adora (meus filhos adoram pelo menos!). Citei o filme pois o tema desse post quero fazer referência a uma cena específica daquele filme.

Bem, o último sábado foi um dia bonito de sol e céu azul no Rio de Janeiro, daqueles que você acorda, olha pro céu e diz “Cacete, hoje eu tenho que ir pra praia!”.

Pois é, foi nesse dia tão maravilhoso tão cheio de vida que eu (as 09h30min da manhã) estava entrando em uma sala de reunião da qual pretendia sair no início da noite. Quer saber o que eu estava fazendo lá? Também me perguntei isso diversas vezes ao longo daquele dia. O motivo era nobre. Havia um grupo de aproximadamente 15 pessoas convocadas para aquela reunião. Algumas não compareceram (motivo de saúde, viagem, valorização, ou tudo junto) mas cerca de 60% dos convocados lá estavam, eu entre eles.

A agenda comum era realizar o planejamento estratégico para a empresa na qual trabalhava e da qual sou sócio. Mas eu tinha minha agenda particular, escrever esse post :-).

Depois de cerca de 30 dias fora de qualquer tipo de “reunião profissional” (um bando de homens trancados numa sala num sábado de sol no rio de janeiro tem um potencial enorme para qualquer coisa, menos seriedade), estava me sentido como o leão Alex em meio aos Lêmures no filme Madagascar. Tudo que se apresentava ou dizia era alimento pro leão faminto.

Ah sim, a reunião seria guiada por um consultor externo, já conhecido da diretoria da empresa (obrigado Flávio) que seria prontamente valorizado por nosso CFO, que, como primeira coisa do dia, iniciou seu ciclo mestre com uma apresentação desenvolvida no Power Point 2007 Beta (que ele instalou e suporta os bugs exclusivamente para provocar outro diretor) e cheia de animações valorizatórias.

Durante o almoço perguntei a ele o que acontecia, por que tanta valorização por metro quadrado, qual não foi minha surpresa quando ele respondeu que não quer mais ser chamado de enrustido! Ta bom Mr Beagle, você inspirou aquele post, mas não foi 100% pra você, já conversamos sobre isso, certo?

Bom, sigamos em atitudes valorizatórias que degustei naquela ocasião, ah como é bom ter matéria-prima! Um dos diretores, aquele que vem sendo provocado pelo Office 2005, se apresenta como a pessoa que estuda as novas tendências tecnológicas e de mercado e fez uma apresentação sobre convergência digital. O material estava legal e abriu a mente de quem não estava antenado com o que está por vir, mas ele fez a parte dele ao colocar no slide de abertura:

Convergência Digital

Por: Nome do Fulano


Não satisfeito de chamar a glória para sim (valorização plena) ele tomou o cuidado de, ao ser zoado por todos os presentes, justificar-se:

Ah gente, essa apresentação é de uma palestra que eu dei em Fortaleza!

Se já estava até o pescoço, afundou como pedra.

Interessante é que no meio da apresentação ele solta o seguinte exemplo: o WiMax vai levar a internet até os confins do Brasil, até no nordeste vai ter banda larga... Fico imaginando a alegria da platéia de Fortaleza ouvindo isso.

A tal conferência deve ter sido um sucesso, não acham?

Ops, desculpem, a reunião não tinha só homens, havia 1 + ½ mulheres presentes, Martha e Vivi salvaram o ambiente. Não fica brava Vivi, mas você em jogo de queimada, conta meio, né!

quarta-feira, novembro 01, 2006

Liderança

Estive lendo uns artigos sobre liderança da CIO Magazine, mesmo direcionados para profissionais de TI, um artigo em particular me chamou a atenção (“How to Build a Great Team“) e resolvi comentá-lo aqui.

Já pelo título pode-se inferir rapidamente que lá vem mais um daqueles artigos “How To...” ou "5 Steps for...", qual não foi minha surpresa quando a suspeita não se confirmou! O artigo interessante trata de uma das coisas que, na minha observação, tem faltado no trato gerencial, as qualidades necessárias para a liderança. Segundo o artigo, e eu concordo, há 4 qualidades que são fundamentais, vamos a elas: Caráter, Desenvolvimento de Liderança, Paixão e Influência (ou persuasão). Resumindo de forma rápida, não quero transcrever o artigo senão ganho um processo por plágio:

  • Caráter: Fazer a coisa correta (não é corretamente, é correto no sentido de HONESTO!)
  • Desenvolvimento de Lideranças: criar novos líderes é a tarefa mais importante do líder
  • Paixão:a energia para fazer as coisas acontecerem
  • Influência: muito maior do que poder

Ao contrário do que se vê por aí, o valor da liderança não está na motivação, tanto é que carisma não aparece na lista de qualidades do líder. O valor real da liderança está na execução, ou seja, no “get things done”. Afinal de contas, o líder é medido pelos resultados que traz e não pelo show que deu na reunião geral dançando YMCA com a sua equipe.

É muito comum, sentirmo-nos atraídos por estilos diferentes de liderança, mas na verdade, estilo tem muito pouco a ver com essa atração, o que nos atrai em um líder está mais vinculado ao seu caráter do que a forma como ele lidera. É fácil identificar um líder de caráter, há uma "coisa" nele que traz confiança e segurança para a equipe, ele sempre fazer a coisa certa! O líder com caráter é uma pessoa em que você pode confiar quando encontra um problema. É a pessoa que, quando assume um risco, não vai tirar o corpo fora para salvar a própria pele deixando a equipe se ferrar.

Mesmo sendo o cara que decide o que (ou quem) será recompensado ou punido na equipe, é ele quem determina o ambiente e a cultura de sua equipe. O líder honesto cria uma cultura e um ambiente que sua equipe permeará, podendo ser refletida na imagem da empresa frente ao mercado. É importante lembrar que ninguém corre sozinho e por isso sua tarefa mais importante é criar outros líderes, é permear formalmente ou através do seu exemplo as qualidades postas para a liderança e seu conhecimento. Importante lembrar que ninguém é perfeito, todo mundo precisa de atenção e coaching para melhorar, mesmo o líder!

A paixão, a vontade de fazer acontecer, é a energia motriz de qualquer equipe. É o líder quem deve dar o tom dessa paixão. A empolgação do líder, sua motivação é o que dá suporte a equipe quando o prazo aperta ou as coisas começam a não funcionar corretamente. Não estou falando de discursos inflamados (em caso de inflamação, use anti-inflamatórios). Se a porca torceu o rabo, é nessa hora que a equipe mais precisa de proximidade, da atenção e dedicação do líder, mesmo as vezes sem ter como ajudar, o apoio moral é importante e passa a mensagem de comprometimento. Imagine-se ralando feito doido madrugada a dentro e o seu gerente em casa dormindo... pode até fazer sentido, mas você fica puto, não fica?

Influência é a qualidade que, acredito eu, já permeou no mercado e na mente dos líderes. Livros como “O Monge e o Executivo” (que o João roubou o meu!) falam disso constantemente. Mesmo assim, é comum vermos pessoas em cargos de gerência e direção reclamando do tempo que despendem (segundo eles, perdem) explicando detalhes e convencendo as pessoas a fazer aquilo que precisam. Uma novidade: se você está cansado de argumentar para que suas decisões sejam executadas, saiba que essa, junto com a criação de novos líderes, é a tarefa que deve ocupar a maior parcela do seu tempo. Se você não está confortável com isso, vá para o exército, acho que lá ainda há pessoas que ainda aceitam ordens.

Pra encerrar, uma contribuição do Dilbert:

Se não der para ler, clique aqui!

terça-feira, outubro 17, 2006

Valorizar é Preciso

Todo dia eu fico pensando em “o que mais escrever sobre valorização?” o assunto é rico, mas escrever sobre teoria é um saco! Fico buscando fatos cotidianos, episódios valorizatórios que exemplifiquem o que falo, mas agora, temporariamente afastado do mundo corporativo, ficou mais difícil.

Na verdade, esse revés temporário pelo qual estou passando serviu para mostrar-me uma coisa, procurar emprego é uma forma de valorização que eu desconhecia. Vejam só o tal do curriculum vitae (CV), nada mais é que um documento de auto-valorização. Se o sujeito escreve um CV que diga algo menos de que o “Eu sou foda, mas sou humilde”, merece a morte.

Vamos entender o conceito básico do curriculum vitae. É quase um documento de apresentação de produto, daqueles que você manda para o cliente logo depois do cold-call com o objetivo de conseguir a primeira reunião. Só que nesse caso, infelizmente, você provavelmente não sabe quem são seus concorrentes para fazer um benchmark. O benchmark é util no direcionamento da apresentação, você deve destacar seus pontos fortes sobre as deficiências do concorrente, ou os pontos em que você é melhor do que ele(s). Mas isso é assunto para outro post!

O importante é fazer o olho do cliente brilhar e conseguir aquela reunião de apresentação.

Agora é a hora daquelas infinitas ligações para seus contatos no mercado informando que você está disponível e perguntando-lhes se pode contar com a indicação e referência deles. Nas entrelinhas o que você está dizendo é: "Se souber de alguma coisa, coloca meu nome na roda, OK?".

Se você é um cara atento, não vai ligar para um sujeito que nitidamente não vai com a sua cara e pedir o apoio dele, certo?!. Se ele for educado, vai dizer que sim e não vai fazer nada, mas se ele estiver de mau humor, você corre o risco de ouvir o que não quer! Mas legal mesmo é quando você liga pra alguém e ouve aquela frase assim:

Nossa!!! Você saiu daquela empresa? Eu achei que você fosse parte integrante dela. Já tem destino certo? Poxa, uma pena que eu não tenho head count na minha equipe, senão trazia você pra cá hoje mesmo, mas assim que abrir uma vaga, te trago!

A busca por novo emprego é um troca-troca de valorizações que não tem fim. É na verdade um excelente momento para observações e posts.

Vamos voltar ao tal do curriculum vitae, ou por que não, seu flyer! De uma forma geral, o CV traz informações como:

  • O que já te mandaram fazer (suas metas)
  • O que você já fez (suas realizações)
  • O que você sabe fazer (seus conhecimentos)
  • O que você pretende fazer (seus objetivos profissionais)

Se no seu CV não tem um dos itens acima, já está atravessando o samba.

O importante no CV é ser um artigo valorizador suave, não é pra sair por aí escrevendo: “Eu sou tão foda que quando me dão uma meta, eu a aumento em 50% porque eu sei que vou atingir!”.
Pode até ser verdade, mas dito por você passa a ser valorização barata! Em lugar disso, coloque um textinho assim: “Busco superar as metas que me são apresentadas, visando o sucesso do negócio.”. Sentiu a valorizada suave?! Olhos não treinados podem não percebê-la e é isso que nós queremos!

Eu gostaria de ver um sujeito em busca de emprego, chegar à entrevista e sacar um notebook com um PPT sobre sua vida profissional e suas realizações. No mundo das artes (design gráfico, web design, animação, etc.), apresentar os trabalhos que já realizou, é muito comum, mas para o universo gerencial, seria inovador! Imagina só o camarada mostrando um PPT cheio de gráficos de resultados na entrevista de emprego. Seria o máximo!

Não me lembro de ter ouvido histórias a respeito de um candidato que surpreendesse o entrevistador dessa forma.

É fato que o candidato estaria seguindo a risca o processo clássico de venda de produto, no caso, ele próprio. Ou será tão incomum um vendedor chegar com uma apresentação pronta e bem ensaiada do produto que está vendendo?

segunda-feira, outubro 16, 2006

Um exemplo a ser seguido

Os amigos que me conhecem mais proximamente (e aqueles que apenas são observadores) sabem que eu tenho carinho pela cultura japonesa, mais especificamente pela cultura Samurai que, na idade média, dava o tom da cultura japonesa de uma forma geral. Desde o início do ano eu decidi me dedicar um pouco mais a estudar e conhecer essa cultura, saindo dos filmes e documentários do Discovery e do National Geographic.

Comprei dois livros para começar O Código Samurai (Boyé Lafayette) e Bushido – O Código do Samurai (Faidiji Yuzan). O primeiro tem uma visão mais direcionada para a aplicação do código a administração de empresas e o outro é mais purista. Jabá a parte, o lance que eu achei interessante do código é que, imerso em uma postura correta, justa e honesta, há uma busca pela perfeição em cada detalhe. Legal observar que os conceitos do Bushido foram tão bem enraizados na cultura japonesa que permanecem vivos até hoje.

Um dos grandes homens de negócios japonês (banqueiro) diz: “Eles (os homens de negócios japoneses) agem com conhecimento, assumem responsabilidade pessoal, comunicam-se clara e honestamente, valorizam sua honra, agem com justiça e trabalham com energia ilimitada.” Quiséramos nós, ocidentais termos essa mentalidade!

A vida do Samurai se resumia a:

  • Acalentar o ken (visão) e o kan (conhecimento) para captar a realidade e ser capaz de ler as intenções do oponente, incluindo o meno movimento ou até nenhum movimento.
  • Superar o meu eu de ontem.

O único senão que eu faço a cultura samurai é a questão do kata, o apego deles a forma e não ao resultado. Entretanto, isso explica facilmente por que o povo japonês é tão aficionado a questão de qualidade por meio de processos e sua correta execução. O processo nada mais é do que o kata para realizar uma atividade profissional, da mesma forma que há o kata para a cerimônia do chá (alias é lindo de assistir, eu recomendo!).

Continuando, imagine que, para o executivo japonês, interesses pessoais inexistem. Tudo que ele faz é pensando no bem geral da empresa. Nossos pensadores e estudiosos em artes da negociação vivem de nos mostrar formas de chegar a um BATNA, para os japoneses, isso é padrão e não agir assim é como cometer um pecado mortal.

Por que eu resolvi escrever sobre o Bushido e a cultura japonesa pode não parecer tão simples assim, mas faz sentido. Vejam só (última citação) algumas das expressões mais utilizadas no vocabulário japonês:

  • Ganbarimasu: “Eu persistirei; nunca desistirei”;
  • Ganbarimasho: “Vamos persistir; na vamos nunca desistir”;
  • Ganbatte:“Segure-se, não desista”.

Sabendo dessas 3 expressões idiomáticas, e, se quiser pegue para ler a história de uma das maiores empresas japonesas (e do mundo) a Sony. Eu até tinha um PDF com o resumo da história, mas não achei, SFA!

Tudo roda em torno dessas expressões, é incrível! Não há (eu pelo menos não achei) referências valorizatórias na história do Japão. Seja para fugir do trabalho, seja para motivar o trabalho da equipe. O japonês não precisa de auto-afirmação, ele trabalha e faz o que tem que fazer e se não for repreendido, fica satisfeito. Se for repreendido, Ganbarimasu!

Imaginem se essa cultura chega ao mundo ocidental, se deixarmos de ter ao nosso lado pessoas vendendo dificuldade para coisas simples. Ou pessoas falando baboseiras com o objetivo de motivar. Pode até ser que eu ficasse sem assunto pra escrever aqui no Blog, mas e daí?

Ah sim, os japoneses trabalham muito, cerca de 14 horas por dia, de 2ª a 6ª. Trabalhar no final de semana, para eles, penaliza a família, que é uma dos principais compromissos postos pelo Bushido.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Bizarra Valorização

Engraçado como até nas situações mais bizarras o sujeito valoriza. Estava observando uma entrevista demissional (é assim que escreve? Não sei!) e vendo como as duas partes (demitido e demitente – existe isso? O word aceitou!) se comportam.

Vamos olhar o lado do coitado cujo emprego está sendo eliminado, ele foi chamado para uma reunião cujo conteúdo é obscuro, ou você já viu algum gerente ou diretor chamar um subalterno para ser demitido e dizer assim:

  • Ei Fulano, chega aqui na sala que eu quero te demitir?

Nunca né? No máximo um chamado do tipo:

  • Ei Fulano, chega aqui na sala que eu quero bater um papo com você.

Pois é, o sujeito vai pra reunião como o boi vai pro abate, jurando de pés juntos que está indo para o pasto.

Quando chega na sala, o chefe já começa com aquele papo de “cerca Lourenço” (alias, de onde vem essa expressão?!):

Veja bem, gostamos muito do seu trabalho, você sempre se comprometeu com as tarefas, faz mergulho profundo nas questões que lhe são delegadas, tem capricho na apresentação de materiais. Mas (pronto, aqui o cara já sabe que vem merda e merda grossa!) a situação da empresa não é boa. E nos últimos tempos você tem deixado a desejar.

Na verdade, eu estou sendo pressionado pela diretoria a cortar custos da equipe e terei que abrir mão do seu talento na nossa equipe. (existe coisa mais valorizatória do que isso? Tenho que abrir mão do seu talento... PQP, Troféu Joinha!) Acredito que será mais vantajoso para você se seguir seu caminho e buscar novas oportunidades no mercado. (quem é o sujeito pra julgar o que é melhor ou não para o cara? Ganhou a rodada! E não pára por aí, não!)

Queria te pedir apenas para nos ajudar até o fim do mês e encerrar algumas ações que estão sob sua responsabilidade, como por exemplo, fechar aquela venda que você vem trabalhando nos últimos meses e ajudar o Ciclano a lançar aquela campanha promocional. Tudo bem? (tá tudo ótimo, o cara acabou de ser demitido, por que ele estaria mal?).

Eu sei que é difícil que o primeiro impacto é grande, mas você vai ver que vai ser melhor pra você. Recomendo que você busque trabalhar nessa ou naquela área, pois essa experiência vai te agregar muito e é onde você precisa crescer profissionalmente (então por que você não avisou o cara antes de demiti-lo?).

Imagine só a cara de taxo do demitido. Impagável, vale a pena filmar uma reunião dessas para depois rir da cara do sujeito. Quando o chefe percebe que o sujeito está totalmente sem chão, ele manda aquela clássica:

Foi muito difícil ter que te deixar ir. Conversei com várias pessoas antes e todas concordaram comigo que é o melhor para todos. Vamos te ajudar em tudo que pudermos para você se recolocar, bons profissionais não podem ficar fora do mercado! (precisa dizer alguma coisa sobre essa frase?)

Demitidos que me lêem, ao final dessa reunião, peçam aos seus chefes (os demitidores) que enumerem os pontos em que você deve melhorar. Isso vai te servir para:

  1. Ajudar a crescer, se tal lista realmente existir.
  2. Mostrar que toda a valorização da conversa foi papo furado.

domingo, outubro 01, 2006

Hoje é Dia de Eleição

Rapaz veja só,hoje é dia de eleição, dia de escolher presidente da nossa nação (que merda de rima idhiota!). Fui lá na sessão eleitoreira votar nos meu candidatos e fiquei na fila pensando em algumas coisas relacionadas a eleição - tenho sido uma cara muito reflexivo desde que lancei esse blog, será que isso é bom?

Estou eu lá, muito feliz esperando a minha vez de ir a urna ouvir aqueles pi-pi, pi-ri-ri-ri maravilhosos quando me ocorre um lampejo de inteligência (já no dia 1o do mês, incrivel!), perceba comigo:

O que eu estava fazendo lá naquele lugar cercado por pessoas desconhecidas que pretendiam fazer a mesma coisa que eu? Pois é, fui lá para votar no(s) candidato(s) que me apresentou projetos e programas condizentes (no meu enteder) com as necessidades do povo brasileiro, certo?

Errado! Eu estava lá para valorizar o(s) político(s) que melhor desempenhou seu papel de me convencer de coisas que eu sei (em sã consciência) que são mentiras:

  • O programa de governo proposto pretende melhorar a vida da população carente/pobre/fodida
  • O cadidato se preocupa com a segurança do povo
  • O candidato quer acabar com a miséria
  • O candidato pretende distribuir a renda - se quiser me dar um pouco, tô aceitando!

Ah, sim, e claro:

  • O candidato é HONESTO

Então, constatamos que votar é um ato valorizatório (começo a me questionar se respirar também é valorizar, será?!)

Surge, então, a pergunta, será que se candidatar também é valorizar? A vertente política (não politizada) da minha família que me perdoe, mas eu acho que é sim, saca só:

Pra comçar o sujeito que quer vida fácil pelos próximos 4 anos precisa ser aprovado pelo partido dele, ou seja, ele precisa passar alguns anos aparecendo na mídia. Para isso ele tem que:

  • apertar a mão maneta,
  • abraçar leproso,
  • tirar prostitura da rua (de preferência não levar pra casa, porque aí o tiro pode sair pela culatra),
  • ir pra porta de penitenciária com rebelião acalentar esposa de presidiário
  • sempre que possível (sendo da oposição) dar uma entrevista atacando qualquer coisa de errado que o governante atual tenha feito errado ou deixado de fazer

Fazendo isso por alguns anos (pelo menos os 2 que antecedem a eleição) sua candidatura está garantida. Se, por acaso o partido optar por outro candidado, não adianta fazer greve de fome, vai que o pessoal resolve achar boa idéia e deixa você morrer! (pena que salvaram o último que fez isso...)

Agora que o sujeito já é candidato, ele precisa criar coisas importante para a candidatura:

  • Conta fantasma para "doações" de campanha
  • Plano de governo, não que ele vá ser usado, mas tem que ter algum
  • Equipe de campanha (1 marketeiro, 1 redator pra escrever os discursos, 1 assessor de imprensa, 1 secretaria peituda e 1 monte de pobre fodido pra distribuir panfelto, segurar cataz na rua e lotar comíssio)
  • Massagista, de preferência uma que faça barba, cabelo e biogode (pode ser até aquela que ele tirou da rua na pré candidatura)

Pronto, com tudo montado, o candidato deve começar sua campanha.

Fazer campanha é um negócio divertido, o sujeito roda o Brasil todo fazendo festa pros outros e dizendo pra cada aquelas frases ridículas: "Conto com você para mudarmos esse país!", "Seu voto vai fazer a diferença, nos vemos no dia da eleição", etc.

Sempre rola aqueles eventos pro povão conhecer o candidato, e pro candidato ficar lá dizendo como a esposa (que nao tem dente) do Zé pedreiro é linda, como o filho com a barriga cheia de verme deveria ser jogador de futebol e a filha deveria ser top model. Por aí vai..

O sujeito vai pro debate na TV e apresenta o plano de governo (só serve pra isso mesmo), reforça suas realizações pessoais (é sempre pessoal, o cara faz tudo sozinho, sempre!) as pessoas que ele ajudou e tudo mais. Ah sim, tem que tentar falar na 1a pessoa do plural, pra dar idéia de equipe, mas de vez em quando, esquece o plural e usa o singular. Essa jogada do "esqueci o plural" serve para marcar que mesmo com uma equipe, o cara era o líder responsável pela execução da tarefa (incrivel como coisas simples surtem efeito). Será que isso é PNL?

Viu só, politica também é feita a base de valorização. Tá certo que é o mesmo caso dos Lordes Sith, é a força sendo usada para os fins errados, mas ainda é a força!

domingo, setembro 24, 2006

Os Enrustidos

Em meio a competição pró-valorização que assolou a empresa após a criação desse blog, tenho tomado o cuidado de, discretamente, perceber as atitudes e comportamentos de algumas pessoas. Principalmente aquelas que ocupam cargos de liderança (líder é aquele que valoriza o outro por ter executado aquilo que ele deveria ter feito) e me deparei com um tipo diferente de valorizador.

Interessante isso, né?! Depois de tanto tempo, eis que me surge um novo modo de valorização, o valorizador que não valoriza. Quando deparei-me com esse “perfil” fiquei tão intrigado que acabei questionando minha própria observação. Ora, como é possível valorizar sem valorizar?!

Enfim, revalidei meus conceitos uma vez (ou menos) e confirmei o que observara, há o valorizador que não valoriza, e digo mais, eles são os melhores! Vamos falar um pouco das pessoas que valorizam sem valorizar, os enrustidos.

O enrustido é aquele cara que ta sempre atento ao que rola no ambiente de trabalho (sala, equipe, empresa, etc.). Fica com as antenas ligadas captando as vibrações do ambiente no intuito de, segundo ele, contribuir positivamente para o sucesso do negócio. Em geral buscam centralizar controles e cobranças, responsabilizam-se voluntariamente pela preparação de atas de reunião.

Questão de Ordem:

quem você conhece que, em sã consciência, pede para ser o responsável pela ata da reunião? Pois é, foi o que eu pensei, alguém que está querendo ser valorizado (e já se valorizando)!

O enrustido, nunca usa as expressões clássicas de valorização tais como:
  • Quem é o melhor?!
  • Já bati minha meta desse mês! (sendo dia 1º!)
  • Se continuar nesse ritmo, vou carregar a empresa nas costas esse ano!
  • Eu te disse que isso ia acontecer!
  • Presta atenção, deixa eu te ensinar!
  • Ouve o que eu to falando!
O enrustido gosta muito de frases como:
  • Eu não valorizo!
  • Odeio essa palhaçada de valorização, só atrapalha o trabalho.

Pros meus 5 leitores, essas frases são auto-explicativas, certo? Mas para os outros eu vou explicar:

Eu não Valorizo!

Pára! Não mete essa! Todo mundo valoriza. Nem que seja pra pegar mulher! É da natureza do ser humano, valorizar e querer ser valorizado.

Você pode não valorizar deliberadamente de caso pensado como nós, digo, eles, os profissionais fazem.

O simples fato de declarar que não valoriza, é valorizar, entende? Não? Azar!

Odeio essa palhaçada de valorização, só atrapalha o trabalho

Como diria a Olivia, ganhou a rodada!

Nos termos do João, Troféu Joinha!

Diz pra mim Sr. Enrustido, por que você daria uma declaração dessas se não fosse para, mesmo que inconscientemente (leiam Freud!) declarar que a valorização dos outros está atrapalhando seu trabalho e deixar, automaticamente, subentendido que sua pilha de trabalho está enorme!

Duvido que você diga uma coisa dessas quando estiver sendo valorizado!

Não vamos criticar os enrustidos, uma hora dessas, eles saem do armário! Quero ver, um deles sendo apontado durante a reunião da mesma forma que os profissionais vem sendo!

PS: Sigo aguardando indicações para o post dos famosos!

quarta-feira, setembro 13, 2006

Em todos os escalões...

Pois é, nos ficamos aqui falando de valorização nos escalões mais elevados da empresa (diretores), nos níveis medianos (analistas, coordenadores) e hoje eu fui tomado de assalto por uma revelação, há valorização também no chão de fábrica...

Isso aí, peão também valoriza. E não é pouco não!

Vamos a mais um estudo de caso:

Entrei na copa aqui da empresa hoje a tarde e me deparei com a moça que cuida da limpeza, do café e do mate da galera se deliciando com um misto quente provido pelo nosso boy (empreendedor nato, está juntando um troco pra comprar um terreninho e construir sua casa). Interpelei-a em tom de brincadeira:

– Ê Dona Ivone, até você mandando ver no misto do Leo, hein! – qual não foi minha surpresa quando de pronto veio a resposta:

– É que não deu tempo de almoçar hoje Edu!

Fiquei passado, chocado mesmo! Ou o vírus valorizatório que se alastrou pela empresa desde o lançamento desse blog é altamente contagioso, ou a valorização é como o Brizola (in memorian), popular e controversa.

Minha avó era brizolista. Coitado do Brizola, morreu achando que ia descansar e minha avó foi pra lá atrás dele... Coincidência eles terem morrido no mesmo ano? DUVIDO!

Deixemos minha avó fora disso e voltemos pro assunto em pauta.

Já havia começado a escrever esse post quando me deparei com uma das cenas mais insólitas. O presidente da empresa dá um grito (pra não dizer berro) da mesa dele (o ambiente aqui é estilo open-space – nome chique pra galpão) avisando que o diretor financeiro valorizou e tinha que vir pro blog.

Só queria entender quem foi que disse pro presidente, que esse blog aqui é prêmio (ou castigo) pra quem valoriza? Se liga presidente!

Mas como eu sou justo... Mais um case, vou deixar pros meus leitores identificarem o protagonista da história:

Ontem eu cheguei um pouco mais tarde no escritório (as razões ainda não cabem aqui!) e já era hora do almoço (coisa de 13 ou 14 horas – é cheguei tarde pra cacete, me deixa!). Nesse momento, testemunhei uma argumentação entre um dos executivos da empresa e as 3 meninas do administrativo financeiro, a discussão corria em torno de comer ou não no Mc Donald’s.

A argumentação do executivo ia na linha da saúde, emagrecimento e tudo mais (papo de rato de academia, playboy com personal trainner, sabe como?). As meninas, pedindo pro cara largar do pé delas, mandaram de cara logo: “Nos deixe comer Mac que nós te deixamos fumar em paz, ok?”.

Cadê a valorização nessa história? Não tem, mas eu achei legal fazer uma menção honrosa contra o tabagismo! Serviço de utilidade pública by Edu.

Agora eu preciso da ajuda de vocês, meus leitores fiéis, quero fazer um post sobre celebridades valorizadoras, por hora eu já tenho: Galvão Bueno e Michael Schumacher (é assim que escreve?). Coloquem suas sugestões nos comments, OK?

Obrigado!

terça-feira, setembro 12, 2006

ValoriPintão...

Vejam só essa notícia, contribuição do Morais direto do site do Terra Notícias:

Mulher decepa pênis de marido para colocá-lo em conserva

Terça, 12 de setembro de 2006, 13h39

Últimas de Quentinhas

Uma mulher alemã decepou o pênis de seu marido recém falecido para colocá-lo em conserva como lembrança do seu casamento. Uta Schneider, 65 anos, usou um cutelo para retirar o membro do marido, Heinrich, 68 anos, dentro do hospital de Stuttgart, de acordo com o The Sun.

Ela enrolou o membro em papel alumínio e o colocou dentro de uma marmita para levá-lo para casa. Quando estava de saída a mulher foi parada por uma enfermeira e presa. Uta, casada com Heinrich há 35 anos, é acusada de mutilação.

Depois de presa, Uta declarou que "era o melhor dote de Heinrich e me dava muito prazer. Eu queria colocá-lo em conserva para a eternidade, ele teria gostado. Nós o chamávamos de joystick. Eu queria lembrar de meu marido ao ver o seu membro."

Vocês entendem que trata-se de um caso clássico de valorização, certo?! Isso, a dona tá valorizando o pinto do falecido... lógico!

Tem uma piada antiga (Ary Toledo contava) que falava de uma velhota que todo dia ia ao cemitério fazer xixi na cova do finado marido Interpelada pelo zelador do cemitério ela respondeu: “Ô meu filho, cada um chora por onde sente saudades...

É o mesmo caso, não é? Lógico que é! A diferença é que a alemã da notícia queria algo mais “visual”. Só fiquei na dúvida se ela viria a utilizar o souvenir no playstation do filho, será? E se ela o fizer, qual será o jogo que ela vai por no console? Há quem aposte que seria o bom e velho Decatlon do Atari. Visualiza...


Uma dúvida, e se o cara não estivesse realmente morto? Dizem por aí que há um estado de coma (acho que é coma) que sem o cuidado adequado, pode-se diagnosticar a morte do paciente, só que ele continua vivo! Imagina o sujeito ser acordado pela esposa cortando-lhe o pinto? Se não tinha morrido, morreria na hora.

Internet é uma ferramenta incrível de valorização, né? É ela quem nos permite acesso a exemplos fantásticos (e insólitos) como essa da dona Uta Schneider. Alias, eu conheço um Schneider, será que é o neto dela? Vou perguntar.

Falando em perguntas, Morais, por que você anda lendo notícias sobre o pinto dos outros?

segunda-feira, setembro 11, 2006

É um sucesso!

Eu não canso de ler os comentários que meus 4 leitores têm deixado aqui no blog. Não canso de ouvir a galera aqui na empresa tomando nota e me passando post-its com atos valorizatórios de terceiros.

O sucesso do blog, dentro desse nosso universo finito de amigos e companheiros de trabalho é indiscutível. O marco principal e fundamental que comprova esse sucesso é um comentário que recebi no último post. Até os clientes da empresa já acessam o blog! Valeu Rê! Continue fiel e conforme o público leitor na sua empresa crescer, você poderá postar comigo aqui no blog, mantendo sempre a regra de discrição e sigilo quanto as identidades.

Bajulações a parte (é importante valorizar o cliente, vocês sabem!), vamos ao assunto de hoje: Valorização!

Já fiz uma lista de valorizações a serem discutidas por aqui, deixei anotado num papel lá em casa, aos poucos vou trazendo pra cá e compartilho com vocês. Hoje falarei dos efeitos valorizatórios da mídia.

É pois, é, há alguém ou alguma coisa no mundo que valorize mais do que a mídia? Lógico que não! Vejam só, por questões de trabalho eu estive estudando duas redes de notícias americanas, a CNN e a Fox News. Tentando entender o sucesso da primeira (que ganha dinheiro quando há guerra) e da segunda (que não tem qualquer consideração ou preocupação com a investigação e acata o conteúdo enviado pela audiência).

Qual não foi minha surpresa quando descobri que o sucesso das duas é devido a valorização. Vejam só:

CNN: quando o exército americano invade algum país (Iraque, KWait, etc) essa rede de TV fatura absurdos e se torna a rede de maior audiência nos EUA. E não é só por que o povo americano goste de guerra (discutiremos isso outra hora!), mas eles gostam do espetáculo que a CNN proporciona em torno da guerra. Pra quem assiste, parece filme do Rambo (Rambo XXV – Invadindo Bagdad) sem a cara torta do Stalone! É um show de imagens e cobertura com os repórteres de capacete e colete no meio de escombros, etc e etc! Em resumo, os caras fazem sucesso por que eles fazem a valorização do jornalismo verdade. Se um repórter deles morrer fazendo uma cobertura deles, vai ser o deleite dos produtores.

Fox News: o que falar de um canal de TV que publica qualquer porcaria que um telespectador fale? Tanto pior, que deixa um sujeito qualquer (pode ser mendigo ou empresário, não importa), falar o que quiser no ar? Eles próprios se satirizam, cinicamente revertem as críticas que recebem da concorrência e dos intelectuais americanos como se fossem autocríticas. O fato é que, pelo que se observar, esses caras não ligam muito pro conteúdo, o importante é valorizar a audiência. Valorizam tanto, que se você tentar criticá-los, será taxado de anti-americano e aí já viu, né? Vai parar na fogueira do lado do Bin Laden e do Fidel!

Mas não é só a mídia internacional que valoriza, no Brasil a regra é a mesma. A “coitada” da Juliana Paes foi flagrada sem calcinha em SP outro dia, eu não tava nem sabendo, até que ontem vendo a dança no gelo do Faustão (é eu vejo, acho muito maneiro) o gordo mandou logo: “Oh Juliana, quer dizer que vc vai lançar uma grife calcinhas!”. Quer dizer, tá todo mundo valorizando a perseguida da garota (eu tb valorizo a perseguida dela, não sou otário!)

Três idiotas aqui da empresa saíram numa foto grande num jornal importante ontem, desses 3 um era eu. Vejam só que absurdo, tem gente que não fala comigo há mais de ano e que, só por ter visto a foto, já mandou e-mail, escreveu no orkut e tal. Todo mundo me valorizando! Minha mãe guardou a foto pra mostrar pra família, tem valorização PIOR?

Mas valorização paternal é assunto pra outro post...

PS: Lógico que depois de aparecer no jornal eu ia dar uma valorizada, ou vocês acham que esse blog é só pra coisa séria?

terça-feira, setembro 05, 2006

Me dá que em 10 min eu faço!

O título do post de hoje é, em si, uma auto-valorização. É claro que depende do contexto em que é aplicada, mas em geral, quando essa frase surge em um discurso, é sinal de alguém acredita fielmente ter feito alguma coisa certa! Pode até não ser verdade, mas fé cada um tem a sua, certo?

Pois bem, vamos evitar citações nominais dessa vez, mas aqui pelas bandas da empresa (ops, ficou meio capiau essa frase!) essa e outras frases são relativamente comuns. Isso me fez pensar sobre onde mais as pessoas valorizam.

Estava eu malhando hoje (vai, pode zoar que eu não ligo!) e percebi o seguinte, professor de ginástica valoriza direto! Se você assistir uma aula de localizada ou qualquer dessas outras em turma, vai observar situações como:

Vamos lá fulano, não me abandone agora, já tá acabando!

Isso ciclano, tá perfeito!

Entre outras coisas. O professor lança mão da valorização para estimular e animar a turma.

É claro que a turma também valoriza, pra mostrar ao professor que está acompanhando, sentido-se motivada por ele e respondendo dando tudo de si. Daí surgem frases como:

Cacete, essa série foi sinistra!

C_r_lh_, isso não acaba?

Pra todo lugar que eu olho tem valorização. Começo a acreditar que valorizar é intrínseco da natureza humana, pelo menos do comportamento do homem moderno.

Já falamos das formas de valorização, mas não exploramos amplamente a razão da valorização. Por que as pessoas valorizam?

  1. Para reduzir a resistência de uma (ou mais) outra pessoa e obter, com mais facilidade aquilo que se deseja;
  2. Para estimular uma pessoa a executar uma tarefa de forma mais eficiente (velocidade + qualidade);
  3. Para autopromoção, destacando-se do grupo frente a uma pessoa especial;
  4. Para refutar a argumentação motivacional do item 2;

Eu não queria lançar mão de exemplos hoje, mas é mais forte do que eu...

Meu dia acabou, já estava me preparando para partir, tudo certo! Quando nada poderia acontecer que tornasse o dia ainda melhor, aparece na nossa sala o Marlboro (continuo mantendo a política de privacidade sobre os personagens) que despede-se dizendo: “Deixe-me ir antes que eu complete 12 horas aqui na empresa hoje!”.

Não satisfeito com o desempenho valorizatório de seu colega, o Cabral (corro o risco de perder o emprego!) lança na seqüência: “Mas não barra as 14 horas que fiquei aqui ontem!

Pronto, ganhou a rodada, chefe é chefe!

No comments needed!

quinta-feira, agosto 31, 2006

Valorizar ou Calar

Pois é, eu fiquei o dia todo pensando em sobre o que escrever hoje, realmente estava bem complicado de achar o post do dia. Já estava triste por não ter assunto, não queria valorizar simplesmente por valorizar, é importante ter conteúdo. Foi então que o cotidiano da empresa revelou-se promissor mais uma vez.

Há vezes em que é melhor calar do que valorizar. Você não acredita que eu pense isso?

Mas é verdade! Olhe o que aconteceu por aqui desde o lançamento desse blog (há 2 dias) todo mundo começou a valorizar e a querer mostrar serviço... todo mundo quer aparecer no Blog, e olha que eu só tenho 4 ou 5 leitores!

O que começou a me incomodar é que o objetivo aqui não é valorizar a valorização (ops!), na verdade, eu nem sei direito qual o objetivo aqui. Certamente não é estimular que todos valorizem tudo.

Como eu disse no primeiro post a Valorização é uma ferramenta de estímulo e motivação (ou auto-afirmação, depende do freguês), mas é preciso ter coisas concretas para valorizar, não pode sair por aí valorizando vento! Tanto pior é quando o sujeito valoriza o que não é pra ser valorizado.

O título desse blog já diz tudo, “A Arte da Valorização”, valorizar é uma arte e demanda dedicação, atenção e cuidado. Analisemos uma situação hipotética: duas pessoas discutem sobre um assunto de trabalho qualquer, nitidamente a discussão está improdutiva e tende a se estender por horas (todo mundo que trabalha passa por isso volta e meia).

As pessoas envolvidas na argumentação (pra não dizer briga) tendem a não conseguir achar o caminho de saída e, mesmo sem perceber, precisam da ajuda de um 3º interlocutor (mediador). Esse por sua vez precisa ser malandro o suficiente para dar um toque sutil em um dos dois brigões e convergir o papo para algo produtivo (e que de preferência termine).

O mediador não pode ser valorizado publicamente pelo toque sutil que deu, principalmente por uma pessoa de fora da situação. Ao fazer isso, a pessoa que não recebeu o toque pode se sentir preterida e, numa próxima oportunidade, o mediador pode não ter sucesso com o toque.

O sr. Presidente há pouco tempo me chamou prum papo informal e mandou a letra (vou valorizar o chefe pra ver se rola um aumento):

Antes de falar (valorizar) pense se vai agregar e fazer as pessoas trabalharem mais (é o conceito básico da valorização, ele tá aprendendo) senão, fique quieto!

quarta-feira, agosto 30, 2006

Efeito viral ou frenesi de lançamento?

O post de ontem causou uma comoção como eu não esperava. Vejam só que em termos de comments tivemos um aumento de 50% da base de leitores. Fantástico desempenho, diria o Nobre Correligionário.

Fiquei surpreso ao chegar no escritório hoje e ver o João fazendo o trabalho de RP mostrando o Blog para todos que passavam por sua máquina de trabalho, valeu João! Seguindo o dia, comecei a observar situações de valorização que aconteceram durante o dia.

Falemos dessas situações e de seus protagonistas, serão nossos casos de estudo do dia:

Caso 1: O presidente

O bom presidente tem um viés motivacional forte, é o líder nato que cuida de manter toda a turma focada em resultados e motivadas para dar aquela “pedalada”.

Nosso presidente não é diferente, está sempre olhando os trabalhos realizados, valorizando o empenho da pessoa e apontando pontos de melhoria. Ontem por exemplo, ele falava com o Morais (eu observava, já pensando no blog!): Morais, você que é um cara que faz as coisas acontecerem!

Não quis nem ouvir o resto, essa foi uma valorizada gratuita. Deixe-me tentar explicar uma coisa, há regras imutáveis no comportamento humano, não importa geração ou idade. E é numa dessas regras que o Presidente se enquadrou.

Vejam só, vocês já viram alguma criança chegar para o pai e dizer: “Papaizinho do meu coração!” e não estar querendo alguma coisa que normalmente o pai proibiria? Esse caminho que o Presidente seguiu, foi o clássico “carinho antes do tapa”. Pena do Morais!

Caso 2: Tecnologia fez Bonito

A equipe de negócios (da qual faço parte) recebeu um e-mail vindo da equipe de TI informando que um novo site de medidores das nossas plataformas e produtos estava pronto. O remetente do e-mail tomou o cuidado de citar nominalmente as pessoas que participaram desse projeto. Tomando como base o post de ontem, esse é o tipo 1 de valorização: motivação de equipe, casada com o tipo 2 mostrar o trabalho feito.

Caso 3: João tá aprendendo

Em uma mudança simples feita em um produto no início desse mês, tivemos um aumento de aproximadamente 50% no resultado desse produto. No seu report diário, o João (lembre-se, esse é um pseudônimo que não guarda vínculos com o nome real da pessoa) cuidou de destacar carinhosamente esse fato.

Faltou valorizar a equipe que fez a mudança e o gerente de produtos (que não era o João) que fez o pedido dessa mudança.

Mas ele não deixou de valorizar o chefe, né João?!

Enfim, não sei se foi o efeito de ter iniciado esse blog que aumentou minha percepção ou se foi a leitura do blog que gerou uma comoção maior, mas o fato é que tá todo mundo valorizando o dia todo! Até nos comments do post de ontem, só tem valorização...

Valorizando uma Vida!

Almoçamos hoje, eu e dois colegas de trabalho, para manter suas privacidades preservadas, vou chama-los de Morais e João. Após a refeição, passeávamos pelo shopping até entrar em uma livraria, dessas grandes, vimos o novo livro do Roberto Justus (isso, aquele do Aprendiz brasileiro).

O livro, chamado "Construindo uma Vida" fala, de sua trajetória profissional e tal e coisa, na verdade, não vem ao caso! O fato é que esse livro foi a inspiração para meus colegas que prontamente (e valorizando) disseram: “Edu, você precisa escrever um livro sobre valorização!”.

Livro nada, afinal, sou um nerd viciado em tecnologia e como tal, tenho que escrever um Blog! Então, aqui estamos, escrevendo um Blog sobre valorização!

O que é valorização, bem, deixe-me tentar explicar do que se trata:

  1. Para alguns valorizar é uma parte importante do processo motivacional em uma organização;
  2. Para outros é apenas um subterfúgio utilizado por pessoas que precisam mostrar o que fazem;
  3. E em último caso, é a atitude de vender dificuldade nas tarefas que devem desempenhar.

Pra mim, é um pouco de todas essas coisas!

Por que o pessoal diz que eu sou o mestre da valorização? Ora, por que eu valorizo! Por que eu não consigo ver um trabalho bem feito e não elogiar. Por que eu não consigo ver um prazo apertado e não mandar um e-mail para tentar motivar a equipe e, principalmente, por que quando eu faço alguma coisa direito, eu gosto de mostrar pra todo mundo ;D

Bem, começamos! Acredito que por hora, meus 2 leitores e fieis motivadores (Morais e João) devem passar por aqui.

Leu? Deixe seu comentário, valoriza!