quinta-feira, junho 12, 2008

Olha a Educação!

Mais um artigo sério lido... o que significa outro post sério.

Acho que não vou mais apontar as atitudes valorizatórias dos outros, o último repercutiu mal. Sério teve gente que me escreveu reclamando do nível de exposição que eu estava dando para elas e tal, o detalhe é que EU NÃO ESCREVI SOBRE ELAS! Mas vou evitar controvérsias daqui por diante.

De volta à vaca fria, como dizia, eu li um artigo sobre a multi-polarização do mundo e o papel que as nações emergentes como provedores e desenvolvedores de talento.

Eu esperava que o artigo falasse de algo mais pragmático uma análise do movimento de enriquecimento do BRIC e de como as coisas estão mudando globalmente, mas não foi isso. Na verdade os autores levaram o papo para outro lado e começaram a discorrer sobre o papel das corporações no desenvolvimento educacional da sociedade mundial e da necessidade da criação de um modelo de give-back cultural.

Depois de ler o artigo e ver que, na visão do autor, cabe ao BRIC e as outras nações emergentes o papel de provedor (ou seria de desenvolvedor) de talentos para o mundo. Então me ocorreu o que as nações desenvolvidas (EUA, Canadá, Europa) vão fazer? Eles não vão mais produzir talentos? Vão retroceder na qualidade educacional?

Surpreendentemente o autor do artigo não respondeu a essa pergunta, então eu vou me meter no assunto e pensar a respeito. Tá bom, pensei e estou escrevendo...

Fato é que tínhamos um mundo no máximo bi-polarizado politicamente (saudades da URSS e dos filmes do Rambo :-P) e economicamente o mundo se voltava à economia norte-americana. Esse poderio econômico dos EUA o transformou em uma potência exportadora de padrões (de consumo, de comportamento, de cultura, etc). o ápice disso veio no final do século passado onde virou moda ir pra os EUA fazer MBA, intercâmbios, Job Experience. PAUSA!

O adolescente não admite ser atendente de lanchonete ou garçom em restaurante na cidade que vive, mas vai pros EUA para fazer exatamente isso. Que beleza!

Enfim, a estabilidade econômica brasileira (vou falar de Brasil por que é o que eu vivi) permitiu que a classe média “exportasse” seus filhos. De fato eu acredito que esse intercâmbio foi benéfico para o Brasil. Acho que serviu em muito para estimular o empreendedorismo por essas bandas, criar oportunidades e instituições de fomento a empreendimentos, e por aí vai. Ganhamos muito com isso... foi ótimo!

Sei lá, pensando nessa questão, no desenvolvimento econômico do BRIC. Será que no fundo os caras estão certos? Será que é nosso papel desenvolver os grandes talentos do futuro? E se é, quando é que as universidades vão entender que o modelo educacional precisa mudar? Quando vão entender que o ensino específico é importante, mas que eles precisam ensinar seus alunos a pensar, a tirar conclusões e encontrar soluções por si só. Não vejo nenhuma formação universitária fora da área de humanas forçando as pessoas a pensar e a confrontar o status quo a olhar o mundo de uma perspectiva “out of the box”.

Lembro da minha faculdade, em 6 anos de estudo lembro de ter tido NO MÁXIMO 5 professores que me forçaram a pensar, os outros estavam mais interessados em ensinar as técnicas de solução dos problemas que apareceriam nas provas. É verdade que um desses 5 professores fez diferença na minha vida e foi a pessoa que me mostrou o que eu poderia construir.

Voltando a questão do pay-back das organizações, o que você como organização individual fez para contribuir para que outra pessoa aprenda a pensar sozinha? Você já fez diferença significativa na vida de alguém?