domingo, outubro 01, 2006

Hoje é Dia de Eleição

Rapaz veja só,hoje é dia de eleição, dia de escolher presidente da nossa nação (que merda de rima idhiota!). Fui lá na sessão eleitoreira votar nos meu candidatos e fiquei na fila pensando em algumas coisas relacionadas a eleição - tenho sido uma cara muito reflexivo desde que lancei esse blog, será que isso é bom?

Estou eu lá, muito feliz esperando a minha vez de ir a urna ouvir aqueles pi-pi, pi-ri-ri-ri maravilhosos quando me ocorre um lampejo de inteligência (já no dia 1o do mês, incrivel!), perceba comigo:

O que eu estava fazendo lá naquele lugar cercado por pessoas desconhecidas que pretendiam fazer a mesma coisa que eu? Pois é, fui lá para votar no(s) candidato(s) que me apresentou projetos e programas condizentes (no meu enteder) com as necessidades do povo brasileiro, certo?

Errado! Eu estava lá para valorizar o(s) político(s) que melhor desempenhou seu papel de me convencer de coisas que eu sei (em sã consciência) que são mentiras:

  • O programa de governo proposto pretende melhorar a vida da população carente/pobre/fodida
  • O cadidato se preocupa com a segurança do povo
  • O candidato quer acabar com a miséria
  • O candidato pretende distribuir a renda - se quiser me dar um pouco, tô aceitando!

Ah, sim, e claro:

  • O candidato é HONESTO

Então, constatamos que votar é um ato valorizatório (começo a me questionar se respirar também é valorizar, será?!)

Surge, então, a pergunta, será que se candidatar também é valorizar? A vertente política (não politizada) da minha família que me perdoe, mas eu acho que é sim, saca só:

Pra comçar o sujeito que quer vida fácil pelos próximos 4 anos precisa ser aprovado pelo partido dele, ou seja, ele precisa passar alguns anos aparecendo na mídia. Para isso ele tem que:

  • apertar a mão maneta,
  • abraçar leproso,
  • tirar prostitura da rua (de preferência não levar pra casa, porque aí o tiro pode sair pela culatra),
  • ir pra porta de penitenciária com rebelião acalentar esposa de presidiário
  • sempre que possível (sendo da oposição) dar uma entrevista atacando qualquer coisa de errado que o governante atual tenha feito errado ou deixado de fazer

Fazendo isso por alguns anos (pelo menos os 2 que antecedem a eleição) sua candidatura está garantida. Se, por acaso o partido optar por outro candidado, não adianta fazer greve de fome, vai que o pessoal resolve achar boa idéia e deixa você morrer! (pena que salvaram o último que fez isso...)

Agora que o sujeito já é candidato, ele precisa criar coisas importante para a candidatura:

  • Conta fantasma para "doações" de campanha
  • Plano de governo, não que ele vá ser usado, mas tem que ter algum
  • Equipe de campanha (1 marketeiro, 1 redator pra escrever os discursos, 1 assessor de imprensa, 1 secretaria peituda e 1 monte de pobre fodido pra distribuir panfelto, segurar cataz na rua e lotar comíssio)
  • Massagista, de preferência uma que faça barba, cabelo e biogode (pode ser até aquela que ele tirou da rua na pré candidatura)

Pronto, com tudo montado, o candidato deve começar sua campanha.

Fazer campanha é um negócio divertido, o sujeito roda o Brasil todo fazendo festa pros outros e dizendo pra cada aquelas frases ridículas: "Conto com você para mudarmos esse país!", "Seu voto vai fazer a diferença, nos vemos no dia da eleição", etc.

Sempre rola aqueles eventos pro povão conhecer o candidato, e pro candidato ficar lá dizendo como a esposa (que nao tem dente) do Zé pedreiro é linda, como o filho com a barriga cheia de verme deveria ser jogador de futebol e a filha deveria ser top model. Por aí vai..

O sujeito vai pro debate na TV e apresenta o plano de governo (só serve pra isso mesmo), reforça suas realizações pessoais (é sempre pessoal, o cara faz tudo sozinho, sempre!) as pessoas que ele ajudou e tudo mais. Ah sim, tem que tentar falar na 1a pessoa do plural, pra dar idéia de equipe, mas de vez em quando, esquece o plural e usa o singular. Essa jogada do "esqueci o plural" serve para marcar que mesmo com uma equipe, o cara era o líder responsável pela execução da tarefa (incrivel como coisas simples surtem efeito). Será que isso é PNL?

Viu só, politica também é feita a base de valorização. Tá certo que é o mesmo caso dos Lordes Sith, é a força sendo usada para os fins errados, mas ainda é a força!

Um comentário:

Lu Boller disse...

Como assim, por favor, nem cheguei ao final do texto e já me vejo obrigada a VALORIZAR um detalhe sensacional: afinal, não é todo dia que vejo alguém escrever assim, de bob, VISAR A alguma coisa. Mesmo que VISAR A MELHORIA DA VIDA DA POPULAÇÃO seja uma frase, por si só, sur re al!!