segunda-feira, janeiro 22, 2007

Maturidade e Profissionalismo

Maturidade e Profissionalismo, por muito que pareçam, não são a mesma coisa e tão pouco desenvolvem-se em conjunto de forma estrita.

Maturidade eu acredito, tem muito a ver com o desenvolvimento pessoal, a experiência de vida - e claro que a vida profissional ajuda - e a personalidade de cada pessoa. Profissionalismo faz parte da maturidade da pessoa, mas ao contrário do que se prega no mundo corporativo atualmente, profissionalismo não é sinônimo de maturidade. É possível encontrarmos pessoas muito maduras que são maus profissionais e vice-versa.

O profissional é aquele que executa suas tarefas com corretude e qualidade, atende a prazos e demonstra postura correta no ambiente de trabalho. Entretanto, uma pessoa cheia de profissionalismo, pode ser bastante imatura e não saber lidar, por exemplo, com críticas ou conflitos. Em geral ele tem reações emocionais beirando a raiva (cuidado eles podem ser violentos!) e tendem a evolver-se calorosamente em debates infrutíferos. Ah sim, não confundir imaturidade com um ímpeto de raiva gerado por frustrações ou problemas pessoais (lembre-se do último post, negócios são pessoais).

Deixe-me dar o exemplo de um colega.

Há algum tempo ele me escreveu um e-mail reclamando, efusivamente, do que eu havia escrito sobre ele aqui no blog (mesmo eu não tendo citado seu nome! Vocês sabem que eu cuido de preservar a identidade de meus colaboradores involuntários, não é?!?) e estendeu sua reclamação ao post de natal que deixei... Quem reclama de uma mensagem de Natal?

Detalhe, o post (não o de Natal, mas o outro) tratou de ações e falas realizadas e proferidas por que foram utilizadas com o intuito de exemplificar algo que, de fato, acontece com frequência no teatro corporativo.

Uma amiga, que tem se mostrado uma fã enrustida do blog, relembrou-me de uma afirmação bastante válida: O mundo corporativo é um teatro onde cada um de nós representa seu papel da melhor forma possível.

Pensem um pouco sobre consultores, vendedores, gerentes de conta e tantos outros cargos...

A personificação que se apresenta no "horário comercial" pode ser completamente disjunta da pessoa que vive o mundo real. Alias, é para isso que esse blog existe, para retratar o ridículo do comportamento humano no ambiente corporativo, não pretendo encerrar a teatralidade corporativa©, isso seria um esforço demasiado para um estudioso da valorização como eu :-).

O que faço (ou pretendo fazer), não é muito diferente daquilo que faz Scott Adams com as tiras do Dilbert que eu não canso de usar como referência.

Aproveitando, fica mais uma de presente:
Dilbert Rules

Entendam esse blog como um indicador de coisas que fazemos (é, eu também faço) e que estão erradas (ou pelo menos deveriam ser feitas com menos freqüência). E tomem essas indicações como guias de auto-reflexão para seu próprio amadurecimento.

Amadureçamos, tragamos para o mundo corporativo o que há de bom em nossos "eus" reais e deixemos a teatralidade (símbolo de profissionalismo) para os atores de verdade.

Ops, por que será que aqueles que performam ações, na UML, são chamados de atores?

2 comentários:

Unknown disse...

É Edu... parece que ninguém tem comentado seus posts. Não fique chateado, o silêncio é consentimento. Quando os atores se calam, o teatro acabou!

Eduardo Morais disse...

E eu não entendi o comentário anterior... Comentário ou não, eu to aqui!